Na conturbada eleição presidencial chilena, os dois principais candidatos que disputam o segundo turno, Jeannette Jara e José Antonio Kast, já exerceram seu direito ao voto. Jara, filiada ao Partido Comunista, realizou sua votação no município de Conchalí, enquanto Kast, o direitista do Partido Republicano e favorito das pesquisas, o fez na capital, Santiago.
Após votar, Kast apresentou um discurso de conciliação, enfatizando a importância de ser presidente de todos os chilenos, independentemente das preferências eleitorais de cada um. Ele destacou que as questões que afligem a sociedade não têm cor política, e que sua campanha se baseou nas principais preocupações dos chilenos, como segurança e migração, conforme revelado por pesquisas. Durante sua campanha, Kast buscou se posicionar como um líder capaz de enfrentar esses desafios e trazer soluções para o país.
Jeannette Jara, por sua vez, procurou se distanciar do governo de seu ex-chefe, o presidente Gabriel Boric, cujo desempenho tem sido criticado nas pesquisas de aprovação. Ela ressaltou que deve ser julgada apenas pelas realizações de sua gestão como ministra do Trabalho, destacando a redução da jornada de trabalho, o aumento do salário mínimo e a reforma previdenciária como algumas das principais conquistas de sua administração. Além disso, ela mencionou a Lei Karin, uma legislação que homenageia a vítima de assédio no trabalho Karin Salgado e busca combater esse problema.
As pesquisas sugerem uma ampla vitória de Kast no segundo turno, com mais de 50% das intenções de voto após o apoio recebido do libertário Johannes Kaiser e da ex-prefeita Evelyn Matthei. Já Jara liderou o primeiro turno com 26,9% das preferências, mas enfrenta desafios para aumentar sua base eleitoral, pois já foi a candidata unificada da coalizão de centro-esquerda e esquerda. Uma das incógnitas do segundo turno é a porcentagem de votos em branco e nulos, que pode ter um impacto significativo na votação obrigatória que atinge mais de 15 milhões de pessoas registradas no cadastro eleitoral. Além disso, o destino de cerca de 20% dos eleitores que optaram pelo populista Franco Parisi, recomendando o voto em branco, também é uma variável importante a ser considerada.
