Em cena, o Teatro das Tesouras

Você sabia que PSDB é a sigla de Partido da Social-Democracia Brasileira; e PSD, Partido Social Democrático? Basta uma letrinha no final para serem iguais, mas esses dois partidos têm muito mais em comum. Ambos têm a mesma ideologia e vivem em cima do muro, mas quando pendem, caem para a esquerda. Não querem saber de fazer reformas profundas nem mexer na Constituição socialista que temos. Para eles, regulamentar é promover avanços.
Para essa esquerda light, o socialismo deve ser implantado gradualmente, criando agências reguladoras, cerceando as liberdades individuais e petrificando as políticas públicas em Constituição, diferentemente dos socialistas históricos, que pregam a revolução pelas armas. Não se engane, o resultado é o mesmo: o estado no controle.
Pergunta: Mas nos anos 90 o PSDB não era oposição e conseguiu fazer reformas contra a estatização? Sim, só que foram meros ajustes para a sobrevivência da máquina do estado. Na Argentina, por exemplo, foi a esquerda peronista que tomou a iniciativa de reformar o estado para garantir mais um voo de galinha para a economia.
Lobos em pele de cordeiro, silenciosos e pragmáticos, os social-democratas atraíram muitos que não estavam a par da política. Por terem representantes com bom discurso, confiança e conexão com a ala conservadora, os social-democratas sempre se inseriram nas bases para garantir votos. Hoje esperamos que os conservadores não se deixem enganar e promover o atraso do país com mais burocracia.
A verdade é que o “teatro das tesouras” está sendo reconstruído. Há bem pouco tempo a oposição ao PT era de outro partido de esquerda, o PSDB. Enquanto o primeiro fingia que governava, o segundo fingia que se opunha, e essa aliança propiciava uma alternância conveniente no poder. Era o teatro construído para o eleitor cair na ilusão de que ele tinha opções. Falácia.
Centro e esquerda sempre estiveram unidos para se perpetuar no poder. Para eles, os conservadores são um vírus que pode minar seus planos socialistas, por isso é bom que ninguém mais chancele o retorno da esquerda, mesmo em sua forma maquiada e limpinha. Quem conhece o truque, não precisa cair nele.
Luiz Philippe de Orleans e Bragança