Encontro entre Trump e Lula em Malásia gera expectativas de acordo comercial
O encontro entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, na Malásia, gerou expectativas de um acordo comercial entre os dois países. Após uma conversa amigável, os dois líderes ainda precisam percorrer um caminho longo para chegar a um acordo de fato. As tarifas de 50% impostas pelos EUA ao Brasil desde o início de agosto ainda estão em vigor, sem previsão de serem revogadas.
Embora Trump tenha declarado que dará instruções à sua equipe para começar um processo de negociação bilateral, que deve se iniciar hoje, a reunião entre as equipes técnicas dos governos americano e brasileiro foi adiada para a manhã da segunda-feira. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, afirmou que Trump teria dito que admirava a carreira de Lula e que pretende visitar o Brasil.
A conversa entre os dois presidentes foi “muito descontraída, alegre até”, segundo Vieira. Lula pediu que a coletiva fosse encerrada, preocupado com a extensão da pauta a ser debatida em pouco tempo na reunião. O governo americano não divulgou detalhes sobre a conversa e Trump não se manifestou sobre o assunto em suas redes sociais.
A ausência de superávit nos EUA e a ótima relação diplomática histórica entre os países foram os principais argumentos de Lula para a revogação do tarifaço contra o Brasil. Uma nova reunião entre representantes dos países está marcada para a manhã da segunda-feira, na Malásia. O secretário de Estado Marco Rubio, designado por Trump para conduzir as futuras negociações bilaterais com o país, é considerado um negociador difícil, que fará solicitações exigentes.
A guerra comercial de Trump também tem tido longos capítulos de negociações com a China. Após uma trégua na escalada de tensões e várias rodadas de reuniões entre equipes dos dois países, Trump voltou a ameaçar o gigante asiático com tarifas de 155% a partir de 1º de novembro, caso não consigam chegar a um acordo. O principal negociador comercial da China, Li Chenggang, disse que os dois lados chegaram a um consenso preliminar sobre uma série de questões, durante reuniões bilaterais na Malásia.
Apesar da tentativa de Trump de apresentar um rosto “amigável a uma parte do mundo que foi abalada por suas tarifas agressivas” nesta viagem ao sudeste asiático, a “diplomacia chamativa” não parece ter sido suficiente para mudar a abordagem de seu governo para os aliados no Indo-Pacífico. Os acordos alcançados com Tailândia, Camboja e Malásia neste fim de semana mantiveram as tarifas imposta por Trump no início de seu mandato, com compromissos dos três países de ajudar os EUA a conter a China.



