Filipe Martins: Ex-assessor de Bolsonaro nega ter delatado o ex-presidente

O depoimento de Filipe Martins, ex-assessor para assuntos internacionais da presidência da República, à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) na quinta-feira (24), reverberou fortemente no cenário político.
A repercussão foi marcada por uma intensa mobilização em torno do nome de Martins, com hashtags como “#freeFilipe” se tornando populares entre seus apoiadores. Líderes políticos o exaltaram como uma figura corajosa, que enfrenta com determinação as medidas judiciais que lhe são aplicadas.
Aliados de Martins apresentam o ex-assessor como vítima de perseguição política. Seu advogado, Jeffrey Chiquini, destaca o rigor extremo com que Martins foi tratado, incluindo o isolamento e as restrições às visitas. No entanto, segundo Chiquini, Martins mantém sua convicção e colabora para desmantelar o que eles denominam de “farsa da trama golpista” que envolve Bolsonaro. Ele ressalta que tanto Martins quanto Bolsonaro são inocentes das acusações que lhes são imputadas.
Durante o depoimento, Filipe Martins afirmou que jamais cogitou fazer delação. “Não havia o que delatar. Quando conversava com o presidente [Jair Bolsonaro], via um homem preocupado com o Brasil. Jamais me dignaria a falar mentiras contra um homem que jamais vi fazer coisa errada. Eu não falarei mentiras, não falarei nada que possa causar injustiça ao presidente, a outras pessoas, a quem quer que seja. Eu prefiro sofrer uma injustiça do que ser injusto com outra pessoa. Porque é isso que importa. Não respondo apenas à minha consciência, respondo também a Deus e sei que prestarei conta dessas coisas”, declarou durante a audiência.
A figura de Filipe Martins ganhou destaque como símbolo de resistência para o público conservador, que o vê como exemplo de coragem e firmeza diante de uma suposta tentativa de criminalizar vozes conservadoras e pró-Bolsonaro. Parlamentares de direita, como Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carlos Bolsonaro (PL-RJ), também expressaram apoio a Martins, denunciando as investigações como perseguição e defendendo a integridade do ex-assessor.