Política e Economia

Guto Zacarias rompe com Tarcísio de Freitas e busca novas lideranças no MBL

O deputado estadual Guto Zacarias (União) rompeu com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), manifestando sua discordância veemente com as políticas públicas do governo. A ruptura, anunciada nas redes sociais, foi motivada por um projeto de lei que Zacarias considera prejudicial ao equilíbrio fiscal do estado e que beneficia excessivamente o funcionalismo público.

Em meio à polêmica, Zacarias se desvinculou do cargo de vice-líder do governo paulista na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), argumentando que a iniciativa do governo, que ele considera um erro, é a terceira vez que ele expressa suas divergências sobre este tipo de projeto. Apesar de promessas de que medidas desse tipo não seriam encaminhadas para a Alesp, o deputado afirmou que Tarcísio voltou a patrocinar medidas que ampliam privilégios do funcionalismo.

O projeto em questão, que visa aumentar pessoal e gastos do ecossistema relacionado ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), foi apresentado pela própria Corte e apoiado politicamente pelo governador. A iniciativa, segundo Zacarias, justifica a sua saída do governo Tarcísio.

A decisão de Zacarias de romper com o governo Tarcísio no meio de uma disputa política, com o objetivo de disputar eleições em 2026, não é vista como surpresa por muitos analistas políticos. O deputado, membro do Movimento Brasil Livre (MBL), tem sido um crítico constante do governo e vem buscando, há algum tempo, consolidar o próprio espaço político, distanciando-se de alianças tradicionais.

O MBL, que impulsionou movimentos como o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), tem como objetivo se posicionar como alternativa política para eleitores de direita, se diferenciando de grupos como o Centrão e o núcleo político ligado ao ex-presidente Bolsonaro.

Para consolidar essa estratégia, o MBL está construindo seu próprio partido político, o Missão, que já atingiu o número mínimo de assinaturas para sua criação, segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A expectativa é que o Missão, com o apoio de figuras como Guto Zacarias e Kim Kataguiri, se torne uma força política relevante nas eleições de 2026. No entanto, especialistas apontam que a inserção de um novo partido no cenário político brasileiro é um desafio e que o Missão precisa conquistar maior capilaridade e popularidade para se tornar um competidor de peso.

A criação do Missão e o rompimento de Zacarias com o governo Tarcísio demonstram a agitação política em São Paulo e o desejo de renovação e novas lideranças no cenário político do estado.

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