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Hiroshima marca 80 anos do bombardeio atômico com cerimônias e reflexões

Em Hiroshima, no oeste do Japão, o aniversário de 80 anos do bombardeio atômico desencadeado pelos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial foi marcado por cerimônias e reflexões. O prefeito Kazumi Matsui, em seu discurso, evocou as memórias traumáticas dos sobreviventes e reiterou o compromisso da cidade com a erradicação das armas nucleares, como forma de honrar a memória das vítimas.

No Parque Memorial da Paz, o Sino da Paz ecoou às 8h15, o momento exato em que a bomba “Little Boy” foi lançada pelo bombardeiro Enola Gay, resultando na morte imediata de cerca de 70 mil pessoas. O número de falecimentos atingiu 140 mil até o final de 1945. O ataque brutal marcou profundamente a história da cidade e do mundo, inaugurando uma era de medo e incerteza.

A reconstrução de Hiroshima após o ataque impulsionou uma campanha pacifista global em prol da eliminação das armas nucleares. No entanto, essa perspectiva parece estar se diluindo diante do cenário atual, em que países como Rússia, China e Coreia do Norte intensificam o desenvolvimento de suas capacidades nucleares.

A “constituição de paz” japonesa, imposta pelos EUA após a ocupação do país no final da guerra, estabelece a renúncia do Japão a um exército com capacidade ofensiva. Em troca, os Estados Unidos se comprometem a defender o Japão em caso de ataque. Apesar dessa restrição, o Japão tem expandido seu arsenal sob o argumento de defesa, aproximando-se de um dos países com maior investimento militar do mundo.

A discussão sobre uma possível revisão da legislação japonesa em relação às forças militares tem ganhado força nas últimas décadas. O Nippon Kaigi, um bloco político nacionalista com apoio significativo dentro do Partido Liberal Democrata, lidera esse debate.

Durante a cerimônia em Hiroshima, o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, evocou a importância de um mundo livre de guerras e armas nucleares. Sua mensagem ecoou em um momento de crescente tensão internacional, em que a divisão em torno do desarmamento nuclear se aprofunda e o ambiente de segurança se torna cada vez mais fragilizado. Manifestações em torno do evento expressavam a profunda preocupação com os riscos nucleares.

Os bombardeios de Hiroshima e Nagasaki em 1945, que resultaram na morte de cerca de 210 mil pessoas, marcaram o fim da Segunda Guerra Mundial e inauguraram uma nova era na história da humanidade, marcada pela sombra da guerra nuclear. As cicatrizes desses eventos ainda são visíveis hoje, servindo como um lembrete constante da fragilidade da paz.

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