Acusados de Plotar Assassinato de Ex-Presidente Zelaya em Honduras

O procurador-geral de Honduras, Johel Zelaya, tomou uma atitude firme nesta quinta-feira (14) ao denunciar um plano supostamente arquitetado para a eliminação do ex-presidente Manuel Zelaya, deposto em 2009, e para sabotar as eleições gerais agendadas para 30 de novembro. Em uma declaração pública, Zelaya deixou claro que o Ministério Público possui provas contundentes, incluindo dados técnicos, científicos e documentais, que sustentam as acusações de um complô com o objetivo de atingir Zelaya, impedir as eleições e forçar a saída antecipada da atual presidente, Xiomara Castro, que se encontra no final de seu mandato em 27 de janeiro de 2026.
Zelaya, marido e principal conselheiro de Castro, teve uma relação próxima com o atual presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante seu governo. Em 2009, após sua deposição, Zelaya buscou refúgio na embaixada brasileira em Tegucigalpa, capital de Honduras, com o apoio do Itamaraty, para evitar sua prisão.
A investigação conduzida pelo Ministério Público resultou na detenção de três indivíduos: Arcadio López Estrada, Perfecto Jesús Enamorado Paz e Antonio David Katan Rivera. Segundo Zelaya, os detidos serão processados por terrorismo e tentativa de homicídio. As evidências reunidas contra eles, que apontam para a existência de um plano complexo para assassinar Zelaya e desestabilizar Honduras através do sabotagem do processo eleitoral, já foram apresentadas aos tribunais competentes para lidar com crimes organizados.
O procurador-geral, em seu pronunciamento, enfatizou a importância da confiança pública na justiça hondurenha, assegurando que o Ministério Público estará diligente para garantir eleições limpas e democráticas em seu país. “Estamos determinados a combater a criminalidade comum e organizada e recuperar a confiança da população”, afirmou Zelaya, reiterando o compromisso do órgão em garantir a segurança e a justiça para todos os cidadãos.
Para ilustrar a gravidade das acusações, Zelaya reproduziu um áudio de uma conversa telefônica entre dois indivíduos, que utilizavam linguagem obscena para se referir ao ex-presidente Manuel Zelaya, expressando a opinião de que ele deveria ter sido assassinado após o golpe de 2009. No áudio, os interlocutores também mencionam a possibilidade de paralizar o país como uma forma de interferir no andamento das eleições.