Eduardo Bolsonaro e Hugo Motta divergem sobre mandato no exterior
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, reiterou a posição de que o deputado federal Eduardo Bolsonaro não poderá continuar exercendo seu mandato nos Estados Unidos. Desde que a licença de Eduardo expirou há mais de dois meses, Motta tem destacado que o regimento da Câmara não permite a atuação parlamentar à distância e que não há possibilidade de fazer uma exceção para o caso em questão.
Em entrevista ao Valor Econômico, publicada em 6 de outubro, Motta reforçou sua posição: “Cumprimento o regimento da Casa. É impossível exercer o mandato estando em outro país. O regimento veda isso e iremos cumpri-lo. É assim que seguirá”.
Motta também mencionou em outras entrevistas recentes que, mesmo em caso de suspensão por faltas, Eduardo Bolsonaro ainda teria a possibilidade de recorrer de decisões do Conselho de Ética. “É importante lembrar que cabem recursos ao plenário em decisões do Conselho de Ética. Tenho convicção de que a palavra final será do plenário da Câmara”, afirmou.
As declarações de Hugo Motta geraram um conflito com Eduardo Bolsonaro, que alega que a instituição a qual pertence não consegue garantir seus direitos. O deputado critica o presidente da Câmara por, segundo ele, não assegurar suas prerrogativas constitucionais ou pelo menos o exercício a distância do mandato.
Em resposta, Hugo Motta classificou a permanência de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos como “incompatível com o exercício parlamentar”, enfatizando a ausência de previsão regimental para o exercício do mandato à distância. Motta ainda expressou sua discordância em relação à atuação do deputado, afirmando que “o deputado Eduardo poderia estar contra o julgamento do Supremo, é natural discordar. Agora, quando a gente parte para a atuação em um trabalho contra o país, que prejudica empresas, nossa economia, eu não acho razoável. Acho que é uma atitude que nós temos que ter total discordância”, em entrevista à GloboNews.
