Lula Adia Indicação de Jorge Messias para STF Após Viagem à Ásia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu adiar a indicação do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) até após sua viagem à Ásia, segundo informações do senador Jacques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, em entrevista ao portal Metrópoles.
A expectativa inicial era de que Lula anunciaria o indicado para o cargo, provavelmente o advogado-geral da União, Jorge Messias, nesta terça-feira (21), antes de sua agenda internacional. No entanto, de acordo com Wagner, a importância da decisão fez com que Lula mudasse de ideia.
Jacques Wagner também é responsável por articular uma reunião entre Lula e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Na reunião, Alcolumbre teria defendido o nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga. No entanto, na avaliação do senador petista, o presidente já tomou sua decisão.
A indicação de Lula precisa passar por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, logo após a qual o nome seguirá para votação no plenário. A oposição, no entanto, não apoia o favorito ao cargo, Jorge Messias, que incomoda a direita por seu posicionamento progressista e seu forte vínculo com o PT.
Messias, que atualmente chefia a Advocacia-Geral da União (AGU), já ocupou diversos cargos na esfera pública durante gestões petistas. Ele já ocupou cargos importantes, como o de procurador em órgãos federais, como a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). Além disso, ele também passou pela Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior, responsável por autorizar ou não a abertura de novas vagas, cursos e campus no ensino superior público e privado.
A ascensão de Messias ao cenário político ocorreu após o vazamento de uma ligação entre Lula e Dilma, no contexto da operação Lava Jato. Enquanto subchefe para assuntos jurídicos do governo Dilma, ele recebeu uma missão: entregar nas mãos de Lula um termo de posse como ministro-chefe da Casa Civil. Dilma orientou Lula a utilizar o termo apenas em último caso, ou seja, caso condenado, para que Lula ganhasse foro privilegiado e resguardasse a chance de ainda sair candidato à presidência, em 2018. No entanto, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes anulou a posse no dia seguinte.
A indicação de Jorge Messias ainda é um tópico de debate no cenário político brasileiro, com a oposição expressando resistência em relação ao perfil do indicado.