Política e Economia

Direita se divide sobre anistia aos presos de 8 de janeiro

A declaração do jornalista Paulo Figueiredo sobre a crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos ecoou fortemente na direita, acendendo um debate interno sobre a melhor estratégia para enfrentar o impasse. Figueiredo, em suas redes sociais, afirmou categoricamente que a solução para a crise reside apenas na anistia ampla, geral e irrestrita aos condenados nos atos de 8 de janeiro.

Ele adotou um tom crítico em relação aos políticos que ainda defendem negociações e soluções intermediárias, categorizando-os como “sem noção”. Essa postura se deu em resposta ao senador Ciro Nogueira, ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro, que havia apelado pela união do campo conservador e pelo “bom senso” para 2026. Nogueira, em sua artilharia política, alertou para os perigos da fragmentação da direita, destacando o risco de comprometer uma eleição “vencida” e prolongar o período de prisão do ex-presidente.

Figueiredo, porém, se mostrou inflexível, rejeitando qualquer meio termo como a redução de penas ou acordos no Congresso. Para ele, apenas o perdão integral é capaz de apaziguar as tensões com Washington e reverter as sanções aplicadas a autoridades brasileiras. O embate entre essas duas visões se torna ainda mais acentuado com a entrada em cena de Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, que intensifica as disputas por alternativas à candidatura de seu pai em 2026.

A divisão interna da direita se aprofunda com a visita de Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, a Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo nos Estados Unidos. O encontro, que culminou na publicação de uma foto com a legenda “Todos pela anistia”, evidencia a postura firme de ambos em relação à anistia e ao enfrentamento ao STF.

Enquanto essa corrente busca o confronto, líderes como Nogueira tentam preservar os laços institucionais e buscar uma reconciliação com o sistema. Ciro Nogueira, nesse sentido, usou suas redes sociais para lançar um apelo à união da direita, afirmando que “ou nos unificamos ou vamos jogar fora uma eleição ganha outra vez”. Ele reforça a necessidade de evitar que a oposição se fragmente e se torne um instrumento para a vitória de Lula, PT e PSOL.

Diante desse cenário fragmentado, a candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, surge como uma alternativa viável dentro da oposição. A reunião prevista entre Tarcísio e Bolsonaro, na residência do ex-presidente em Brasília, pode ser um passo fundamental para a recomposição das forças políticas dentro da direita.

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