Em meio à escalada de tensões entre Estados Unidos e Venezuela, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se prontificou a atuar como interlocutor na crise, conforme informado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, após reunião com o presidente americano, Donald Trump, na Malásia.
A proposta do petista foi apresentada como uma oportunidade para buscar soluções mutuamente aceitáveis e corretas entre os dois países. “O presidente Lula reiterou que a América do Sul é uma região de paz e se ofereceu para ser um contato, um interlocutor, como já foi no passado”, declarou Vieira.
Essa iniciativa do presidente brasileiro chega em um momento de crescente tensão geopolítica na região. Recentemente, o governo de Trump enviou forças navais, aéreas e terrestres para o Caribe, o que incluiu o envio do maior porta-aviões de sua frota como parte de uma nova fase de sua campanha antidrogas. A Casa Branca justificou os bombardeios a uma dezena de embarcações na zona como ações contra as rotas de narcotráfico que abastecem os Estados Unidos.
Por outro lado, o ditador venezuelano Nicolás Maduro denunciou que o reforço militar americano tem como objetivo desestabilizar seu governo. A reunião de Lula e Trump se estendeu por cerca de 45 minutos e tinha como principal objetivo fazer com que o governo americano recuasse das tarifas alfandegárias de 50% impostas sobre produtos nacionais.
Anteriormente, o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Rosa, confirmou que o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro também foi pauta do encontro na Ásia. Segundo publicou Lula nas redes sociais, ambos concordaram em iniciar “imediatamente” negociações para resolver as tensões derivadas da tarifa de 50% impostas por Washington a produtos brasileiros.
De acordo com Vieira, as diplomacias podem voltar a conversar ainda neste domingo, também na Malásia. O presidente Lula se prontificou a atuar como interlocutor na crise, reiterando a importância da paz na América do Sul e a necessidade de encontrar soluções mutuamente aceitáveis entre os dois países.
