No dia 20 de abril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou em suas redes sociais uma carta que enviou ao presidente eleito da Bolívia, Rodrigo Paz Pereira. A eleição de Pereira, do Partido Democrata-Cristão, com 54% dos votos, encerrou um ciclo de duas décadas da esquerda no poder, liderada pelo Movimento ao Socialismo, fundado por Evo Morales.
A vitória do partido socialista foi em grande parte devido ao apoio da população indígena do país. Lula aproveitou a oportunidade para se pronunciar sobre a eleição, destacando a importância da democracia na região. “A conclusão do processo eleitoral em clima de tranquilidade e harmonia demonstra o compromisso da sociedade boliviana com a democracia, que deve seguir norteando toda a nossa região”, escreveu o presidente.
Lula também se comprometeu a manter laços com a Bolívia, apesar da vitória da direita no país. “O presidente eleito pode contar com o meu compromisso de seguir trabalhando em benefício de nossas relações bilaterais e de cooperação em temas de interesse mútuo.” O presidente classificou a Bolívia como “parceira fundamental do Brasil na construção de uma América do Sul mais integrada, justa e solidária”.
A eleição na Bolívia foi marcada por uma economia com problemas, que contribuiu para o declínio do apoio à esquerda no país. Em 2022, a Bolívia registrou um aumento de 23% na inflação, enquanto as exportações de gás natural para a Colômbia despencaram. Com isso, cresceu o apoio a candidatos alinhados a uma agenda econômica liberal.
Rodrigo Paz Pereira defendeu uma abordagem moderada e fez campanha com a proposta de diminuir a polarização política no país. Ele também sinalizou a possibilidade de diálogo com Lula e defendeu um plano econômico que busque gerar oportunidades para todos os bolivianos. “A Bolívia trabalha com capital, trabalha com dinheiro… porque 85% da economia é informal. Não queremos austeridade severa, mas uma economia forte, justa e voltada para gerar oportunidades a todos os bolivianos.”
