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Bukele Defende Reeleições Ilimitadas: Duplo Padrão na Crítica

Nayib Bukele, presidente de El Salvador, respondeu às críticas direcionadas ao país após a aprovação da reeleição presidencial ilimitada. O mandatário negou que a mudança constitucional significasse o “fim da democracia” em seu país e apontou que El Salvador era alvo de críticas justamente por ser “pequeno e pobre”.

Em seu pronunciamento, Bukele destacou que a reeleição indefinida de líderes é permitida em 90% dos países desenvolvidos, sem levantar questionamentos. “Mas quando um país pequeno e pobre como El Salvador tenta fazer o mesmo, de repente é o fim da democracia”, ironizou o presidente.

Ele também argumentou que a crítica se baseava em um duplo padrão. “Certamente vão se apressar a apontar que ‘um sistema parlamentar não é o mesmo que um presidencial’, como se este tecnicismo justificasse o padrão duplo. Mas sejamos honestos, isso não é mais do que um pretexto”, afirmou.

Para Bukele, a questão não reside no sistema político, mas sim na soberania de um país pobre que se atreve a agir de forma independente. “Supõe-se que você não deve fazer o que eles fazem. Supõe-se que você deve fazer o que eles dizem. E se espera que você permaneça em seu lugar”, finalizou.

Conhecido internacionalmente por ter idealizado o maior presídio do continente americano, com capacidade para 40 mil detentos, Bukele é um dos líderes mais populares do mundo. Sua popularidade se traduziu na reeleição com larga margem na última eleição, em 2023.

A ascensão de Bukele ao poder, iniciada em 2019, se caracterizou por uma mudança drástica no funcionamento institucional de El Salvador, principalmente na área de segurança, o que lhe garantiu forte apoio popular.

No último dia 3 de agosto, a Assembleia Legislativa de El Salvador, dominada pelo partido do presidente, o Novas Ideias (NI), aprovou e ratificou uma reforma constitucional que permite a reeleição presidencial indefinida no país. A ratificação altera artigos cruciais da Constituição Salvadorenha, incluindo a anulação do segundo turno das eleições e o aumento do mandato presidencial para seis anos.

A emenda já havia sido aprovada na semana anterior e o presidente salvadorenho encaminhou o documento para publicação no Diário Oficial. Após a publicação, o partido governista apresentou um pedido de ratificação, que foi votado rapidamente e aprovado por 57 dos 60 deputados.

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