PGR pede condenação de 7 acusados do núcleo da desinformação em suposta trama golpista

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou, nesta quarta-feira (3), suas alegações finais na Ação Penal 2.694, que julga o chamado núcleo da desinformação dos atos antidemocráticos. A ação pede a condenação dos sete réus do núcleo 4, acusados de participar de uma suposta trama golpista que visava manter Jair Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições de 2022.
Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, o grupo é composto majoritariamente por militares da ativa e da reserva. A PGR alega que os acusados atuou para minar a credibilidade das urnas eletrônicas e prejudicar a confiança no processo eleitoral. Além disso, afirmam ter tentado pressionar as Forças Armadas a participar de um golpe de Estado.
Ailton Gonçalves Moraes Barros, Angelo Martins Denicoli, Carlos César Moretzsohn Rocha, Giancarlo Gomes Rodrigues, Guilherme Marques Almeida, Marcelo Araújo Bormevet e Reginaldo Vieira de Abreu são os nomes listados pela PGR como acusados. Todos respondem por crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
A PGR também solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que fixe um valor mínimo de indenização para os danos causados pela suposta trama golpista. O prazo para a manifestação da defesa havia se encerrado nesta quarta-feira (3). O ministro Alexandre de Moraes, relator da Ação Penal 2.694, havia concedido 15 dias para o Ministério Público se pronunciar.
Com o parecer entregue, o processo do núcleo 4 entra na fase final antes do julgamento. Esta ação penal é a segunda mais avançada entre os quatro que tratam do caso no STF.
Em seu documento, o procurador-geral Paulo Gonet destaca a manipulação e distorção de informações sensíveis contra o sistema eleitoral e as autoridades em exercício. Ele afirma que, apesar de não haver irregularidades reais que pudessem afetar a estabilidade social, o uso indevido da estrutura do Estado foi fundamental para essa ação.