Polícia Civil Deflagra Operação “Agrofraude” Contra Estelionato de Grãos; Ação Mira Suspeitos em Paraguaçu Paulista
Esquema, com prejuízo estimado em R$ 120 milhões, usava fraude eletrônica e falso intermediário na negociação de milho; mandados de prisão e busca foram cumpridos na Estância Turística e em mais oito estados.

A Polícia Civil do Estado de São Paulo, por meio da Delegacia de Paraguaçu Paulista, em apoio a Polícia Civil de Goiás, por meio do Grupo Especial de Investigações Criminais (Geic) de Rio Verde, deflagrou nesta terça-feira (7) a Operação “Agrofraude”, visando desarticular uma associação criminosa especializada em estelionato qualificado e lavagem de dinheiro. A ação é de abrangência nacional e incluiu o cumprimento de medidas judiciais na cidade de Paraguaçu Paulista.
O Esquema do “Golpe do Falso Intermediário”
O foco da investigação é o chamado “golpe do falso intermediário”, aplicado em negociações de grãos de milho.
O esquema consistia em criminosos que se passavam por compradores legítimos junto a corretores, obtendo dados reais sobre produtos disponíveis em fazendas (como fotos, vídeos, qualidade e quantidade). Em seguida, os golpistas se apresentavam como vendedores a outros corretores e compradores, fechando negócios fraudulentos e gerando grandes prejuízos às vítimas.
Impacto Milionário e Ações em Paraguaçu Paulista
Segundo a Polícia Civil, o grupo investigado era composto por 41 suspeitos e teria movimentado mais de R$ 120 milhões em cinco anos de atuação, com movimentações financeiras incompatíveis com a renda declarada. Apenas na cidade de Rio Verde, mais de 10 pessoas foram vítimas, com prejuízo de R$ 1 milhão.
A Operação “Agrofraude” cumpriu simultaneamente 41 mandados de prisão temporária e 46 de busca e apreensão domiciliar em nove estados brasileiros. Entre os municípios alvos da operação estava Paraguaçu Paulista. A Justiça determinou também o bloqueio de contas bancárias e o sequestro de bens dos envolvidos.
A operação cumpriu quatro mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão temporária na cidade. Quatro pessoas foram presas no total: dois homens, de 33 e 21 anos, e duas mulheres, de 55 e 30 anos. Um dos alvos não foi localizado pelas equipes policiais.
Diversos objetos de interesse da investigação foram apreendidos e encaminhados à Delegacia de Polícia de Paraguaçu Paulista.
Os investigados responderão por estelionato qualificado pela fraude eletrônica (art. 171, § 2º-A do Código Penal), associação criminosa (art. 288 do Código Penal) e lavagem de dinheiro (Lei nº 9.613/98).