No início da pandemia, pouco se sabia sobre o coronavírus, e orientações sobre higiene e desinfecção de superfícies foram e ainda são importantes para evitar o contágio. Conforme o tempo foi passando, estudos e pesquisas sobre a molécula de proteína, trouxeram novas evidências sobre a capacidade de transmissão do vírus através de superfícies.
O cientista e professor da UFMG Jônatas Abrahão, explica que na verdade, o que fica em superfícies, como chão, corrimãos, objetos em geral, é o material genético e não o vírus íntegro capaz de infectar. A partir disso, foi feito um estudo para saber se esse material genético, quando em contato com nossa célula, é capaz de se recuperar, tornando – se um vírus íntegro, capaz de causar a doença. Um grupo de australianos, analisou vários tipos de materiais (algodão, metal, madeira, tela de celular, plástico e etc.), inoculando gotículas contendo o coranavírus, como se alguém tivesse espirrado na superfície e colocou esses materiais em ambiente controlado no laboratório e sem luz por dias. Na última etapa, eles introduziram esses materiais em células e conseguiram recuperar o vírus ativo e infectante após 28 dias em várias superfícies. Essa descoberta causou uma certa confusão, saiu em várias matérias de jornais e programas de televisão, inclusive da Fátima Bernardes, que o vírus era capaz de sobreviver em superfícies por mais de 28 dias, mas toda pesquisa deve ser estudada e analisado os detalhes. Esse material genético ficou em ambiente controlado, sem luz e com temperatura de 20 °C. Quanto maior a temperatura, menos chances de sobrevivência. Em superfícies acima de 40 °C por exemplo, ele dura minutos. Não quer dizer que não sobreviva ao calor. Há estudos que mostram que a luz solar consegue inativar o vírus em minutos, mesmo em locais com sombra.
No mercado, onde os produtos ficam horas e dias expostos em local iluminado, o vírus é rapidamente inativado, mesmo que alguém espirre em algum produto e sem máscara. A revista The Lancet publicou um artigo em cientifico em setembro de 2020, sugerindo que o vírus não permanece viável para infectar em superfícies, nem mesmo em UTIs.
É importante lavar frutas, verduras e mãos ao chegarmos do mercado, mas lavar pacotes de biscoitos, produtos em geral, segundo essas pesquisas, se torna inútil, se for por causa do coronavírus.