Em Washington, o presidente americano, Donald Trump, declarou nesta sexta-feira (1º) que Lula pode entrar em contato com ele a qualquer momento, expressando ainda afeto pelo povo brasileiro. A declaração surgiu em resposta a perguntas sobre a possibilidade de negociações diretas com o presidente brasileiro acerca da imposição de uma taxa de 50% sobre as exportações brasileiras, uma medida que Trump considera “errada”, argumentando que as pessoas que lideram o Brasil tomaram a decisão incorreta.
Essa foi a primeira manifestação de Trump sobre o Brasil desde a assinatura da ordem executiva que institui as tarifas comerciais, na quarta-feira (30).
No mesmo dia, sem fazer menção direta às declarações de Trump, Lula publicou em suas redes sociais que sempre esteve disposto ao diálogo, afirmando que os rumos do Brasil são definidos pelos brasileiros e suas instituições. O presidente brasileiro ressaltou o compromisso do governo em proteger a economia, as empresas e os trabalhadores, buscando respostas às medidas tarifárias dos Estados Unidos.
O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, recebeu positivamente a sinalização de Trump em relação a uma possível conversa com Lula, afirmando que a reciprocidade é verdadeira. Haddad anunciou que se reunirá na próxima semana com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, para discutir os pontos mais controversos relacionados às exportações brasileiras, além da Lei Magnitsky, utilizada pelos Estados Unidos para impor sanções financeiras ao Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
“Acredito que a reunião com o Bessent é muito importante, pois, entre outras questões, está sob a responsabilidade do secretário do Tesouro a lei que regulamenta as contas bancárias de autoridades e similares. Portanto, essa conversa com o Bessent antes é crucial para que possamos esclarecer, principalmente para ele, como funciona o sistema judiciário brasileiro”, afirmou Haddad.
O Ministro destacou a importância do encontro com Bessent como preparação para a conversa entre Lula e Trump, reiterando que o Brasil nunca abandonou a mesa de negociações.
