
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio que afeta a comunicação, a capacidade de aprendizado e a adaptação da criança. O desenvolvimento físico é normal, mas há dificuldades para firmar relações sociais ou afetivas e dão mostras de viver num mundo isolado. Os níveis do autismo variam entre leve, moderado e severo.
Há vários relatos de mães em redes sociais, sobre as dificuldades de educar um filho com o TEA dentro de casa, sem o aprendizado adequado, a interação social na escola e a mudança de rotina. A criança tem que ficar horas na frente de um computador ou celular, levando a exaustão. Ocorrem casos de automutilação, maior dificuldade no desenvolvimento da fala, crises nervosas, estresse e agressividade.
Vale lembrar, que não somente as crianças com TEA, mas muitas outras sofreram ou ainda sofrem por não se adaptarem ou não terem acesso adequado à tecnologia.
As adequações feitas por profissionais dentro da escola para essas crianças, não são as mesmas no ensino a distância, mesmo que haja um desempenho por parte do professor.
O estímulo às atividades sociais e uma rotina organizada são fundamentais para a comunicação e diminuição de estereotipia, que são comportamentos repetitivos, sem explicações, num momento de desconforto, como repetições de palavras, sons ou gestos.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), de 1 a 2 % da população está dentro do espectro do autismo. No Brasil, estima-se que há cerca de 2 milhões de pessoas com TEA.
Durante uma entrevista ao Jornal da Tarde, a vice-presidente do Movimento Orgulho Autista Brasil (MOAB), explicou que a criança com autismo tem mais dificuldade de expressar seus sentimentos, e neste tempo de pandemia, as famílias estão enfrentando uma situação muito difícil devido a essa mudança brusca de rotina e aumento do estresse. Ela recomenda que as escolas priorizem mais a questão psicológica do que o conteúdo.
A fonoaudióloga Dryelle Azevedo, reforça que pessoas autistas tem total capacidade de estudar, se formar, viver relações amorosas, constituir família e estar plena no mercado de trabalho. A profissional explica que tem observado através de perfis autistas adolescentes e adultos, que se por um lado o isolamento não afetou tanto alguns, que evitavam o contato social naturalmente, por outro, a quebra da rotina desorganizou outros.
Folha de Paraguaçu faz entrevista exclusiva com Diretora do Departamento de Educação de Paraguaçu