Ex-assessor acusa Moraes de fraude em busca e apreensão contra empresários de direita

Nas últimas horas, o programa Última Análise da Gazeta do Povo mergulhou em uma polêmica que agitou o cenário político brasileiro. Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Alexandre de Moraes, fez um pronunciamento impactante, acusando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) de fraude processual.
A denúncia, veiculada em meio ao julgamento da trama golpista, aponta para irregularidades em uma ordem de busca e apreensão contra empresários de direita em agosto de 2022. Tagliaferro alega que a ação se baseou em uma única reportagem, do jornalista Guilherme Amado, do portal Metrópoles, sem o devido rigor investigativo.
Guilherme Kilter, vereador e comentarista do programa, destacou a gravidade das acusações, afirmando que, caso comprovadas, poderiam resultar na prisão de Alexandre de Moraes. O crime de fraude processual, previsto no artigo 347 do Código Penal, pode levar a pena de três meses a dois anos de detenção e multa.
Outro ponto crucial abordado no programa foi a “prova viva” que Tagliaferro representa. Adriano Soares da Costa, ex-juiz de direito, ressaltou a importância da denúncia, pois vem de alguém que participou diretamente da elaboração dos atos em questão. A fala de Tagliaferro, segundo o ex-juiz, é especialmente relevante por abordar fatos dos quais ele foi parte.
Tagliaferro, por sua vez, afirmou ter entregado provas contra Moraes ao governo dos Estados Unidos e ao Senado brasileiro. Ele criticou o ministro, afirmando que ele age “por impulso, pelo que vê na imprensa” e “desrespeita o rito comum da justiça”.
Paralelamente à polêmica, o julgamento da trama golpista teve início na Primeira Turma do STF. O ex-presidente Jair Bolsonaro, junto com outros sete réus, está sendo acusado de arquitetar um golpe de Estado. Na primeira de oito sessões, Moraes apresentou seu relatório, seguido pela sustentação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e pela fala dos advogados de defesa.
A repercussão das denúncias de Tagliaferro, que se chocaram com o início do julgamento, foi significativa. Júlia Lucy, cientista política, afirmou que o julgamento já é visto como um processo político, em vez de jurídico, e que, considerando as alegações de Tagliaferro, há chances de anulação.