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UnionPay chega ao Brasil em meio à polêmica

Em meio a um cenário de escalada de tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos, a operadora de cartões chinesa UnionPay iniciou sua operação no Brasil em parceria com a fintech Left, ligada ao ex-deputado petista Marco Maia. A parceria, vista por especialistas como um movimento político disfarçado de competição de mercado, pode ter ramificações significativas para a economia e a geopolítica nacional, além de levantar preocupações sobre a soberania e a segurança de dados.

A chegada da UnionPay ao Brasil é parte de um esforço mais amplo do governo Lula para buscar alternativas ao domínio financeiro ocidental, especialmente o dólar americano. Essa iniciativa ganha ainda mais relevância no contexto da sanção imposta ao ministro Alexandre de Moraes, que incluiu restrições financeiras ao sistema ocidental, e da escalada de taxação do governo Trump contra o Brasil devido ao seu alinhamento com regimes antiocidentais.

Para especialistas como o economista Hugo Queiroz, consultado pelo blog de Claudio Dantas, a ação da UnionPay no Brasil, sob a justificativa de concorrência de mercado, é, na verdade, um movimento político “puxado pelo BRICS”. Essa visão é corroborada pela declaração de José Kobori, do banco Left, que afirmou que a UnionPay oferece uma “alternativa real” para transações internacionais que não dependem do dólar. O acirramento das relações com os EUA está gerando restrições às bandeiras Visa e Mastercard, tornando a UnionPay uma alternativa concorrente ao SWIFT, sistema utilizado pelas nações ocidentais.

A União Europeia e outras nações ocidentais mantêm uma postura de vigilância moral sobre as violações de direitos humanos em países com regimes totalitários, e o BRICS, por sua vez, defende a legitimidade de suas alternativas políticas, criticando essa posição ocidental de “polícia do mundo”. A UnionPay, por exemplo, é uma peça fundamental do sistema financeiro chinês, que opera um sistema de “Crédito Social”, integrando crédito e comportamento político dos cidadãos sob vigilância do regime comunista.

Essa nova geopolítica e suas ramificações têm sido objeto de análise do Instituto Estudos Nacionais, que aponta para o crescimento de ideologias de terceira posição, que se opõem aos EUA e incluem fundamentalismos islâmicos, populismos revolucionários e neofascismos. A tentativa de desdolarização do Brasil e o uso do CIPS, como alternativa ao SWIFT, podem intensificar ainda mais as tensões com os Estados Unidos, embora a consolidação desse sistema no mercado nacional ainda enfrente desafios técnicos e de aceitação popular, conforme alertou Hugo Queiroz.

A Left, fintech que intermediou a parceria, foi investigada na CPI do MST por suspeita de atuação do movimento no mercado financeiro. A parceria com a UnionPay, portanto, é vista como um passo em um longo processo de aproximação com o regime comunista chinês, com a bandeira chinesa sendo integrada a bancos nacionais, maquininhas e sistemas de pagamento, com início ainda este ano.

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