Em uma operação de rotina realizada no sul do Líbano, a Força de Paz das Nações Unidas (FINUL) desvendou uma extensa rede de túneis fortificados. A descoberta, feita nas proximidades de Tayr Harfa, Zibqin e Naqoura, revelou uma série de bunkers, peças de artilharia, plataformas para lançamento de foguetes, artefatos explosivos diversos, minas antitanque e centenas de projéteis e foguetes. O porta-voz da FINUL, Andrea Tenenti, confirmou a descoberta em comunicado, destacando que a operação foi conduzida em conformidade com a Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU e em estreita colaboração com as Forças Armadas Libanesas.
A presença de tais armamentos e estruturas fortificadas no sul do Líbano é de grande preocupação, considerando a região abriga cerca de 10 mil soldados de diferentes países, deslocados para a zona que se estende da fronteira com Israel até o rio Litani. Antes do cessar-fogo entre os países, essa área era palco de forte presença do grupo terrorista Hezbollah. A descoberta dos túneis surge em um momento crítico para o Líbano, que busca desmantelar o poder militar do Hezbollah, um objetivo que o governo libanês pretende alcançar até o final do ano. No entanto, o grupo armado, patrocinado pelo Irã, se mantém inflexível em sua recusa a se desfazer de seu arsenal.
O Irã, por sua vez, reafirmou seu apoio incondicional ao Hezbollah, seu principal aliado contra Israel. O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, declarou em entrevista à televisão estatal que qualquer decisão sobre o desarmamento do Hezbollah caberia ao grupo em si e que o Irã, embora o apoie, não interferiria em suas escolhas. Araqchi justificou a necessidade de armamento do Hezbollah diante do conflito com Israel, argumentando que o governo israelense enxerga a vulnerabilidade do grupo, após os ataques sofridos no ano passado, como uma oportunidade única para implementá-lo.
Essas declarações ocorrem em meio à crescente pressão interna no Líbano para limitar a influência militar do Hezbollah, em um esforço conjunto com as iniciativas internacionais para reduzir a tensão na fronteira com Israel.
