Desafios financeiros para a Universidade de São Paulo em 2026
A Universidade de São Paulo (USP) está programada para operar em 2026 com um orçamento estimado de R$ 9,41 bilhões, um valor que apresenta um aumento de 2,87% em comparação com o ano anterior. Este montante corresponde a 5,02% da cota-parte estadual do ICMS, reforçando a dependência da universidade em relação ao fisco.
A distribuição das despesas permanece altamente concentrada na folha de pagamento, que alcançará R$ 7,9 bilhões em 2026, representando um aumento de 5,63% em relação ao ano anterior. O Conselho Universitário aprovou as diretrizes para aplicação desses recursos, destacando a continuidade dos concursos públicos e a recomposição do poder de compra de salários, aposentadorias e benefícios. Esta priorização reflete o comprometimento elevado das receitas com pessoal, que será de 84,2% em 2026.
A proposta orçamentária, que ainda será discutida em reunião agendada para dezembro, prevê a destinação de apenas R$ 1,33 bilhão para custeio e investimentos, enquanto o caixa de receitas próprias deve alcançar R$ 1,16 bilhão. O Conselho também projeta que a reserva patrimonial de contingência da USP, equivalente a três folhas de pagamento, atinje R$ 2,9 bilhões ao fim de 2026. Embora o nível de comprometimento das receitas do Tesouro seja de 85,5% em 2025, a reserva patrimonial deve manter um nível satisfatório.
Ao mesmo tempo, foi apresentada a revisão do Planejamento Plurianual 2023-2026, que atualiza os parâmetros de despesas e contratações com base nas projeções econômicas do Banco Central e nas estimativas internas da Codage. Segundo a universidade, a definição das diretrizes reflete a estratégia de distribuição de recursos entre unidades e prioridades, mas mantém a USP enfrentando restrições históricas, com pouca margem real para expansão ou investimentos estruturais.
A Universidade de São Paulo enfrentará desafios financeiros em 2026, com um orçamento limitado e uma dependência significativa em relação ao fisco. A priorização da continuidade dos concursos públicos e da recomposição do poder de compra de salários e benefícios reflete o comprometimento elevado das receitas com pessoal. A reserva patrimonial de contingência da USP deve manter um nível satisfatório, mas a universidade continuará a enfrentar restrições históricas para expansão ou investimentos estruturais.



