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Viganó e Dugin: Aproximação Preocupante Entre Excomungado e Guru

O ex-arcebispo Carlo Maria Viganó, excomungado pela Igreja Católica em 2022, intensificou sua aproximação com o guru esotérico Aleksandr Dugin ao compartilhar uma de suas postagens na rede social X. Na publicação, Dugin lamentava os atritos com Donald Trump, qualificando-o de “louco”. Viganó complementou a postagem com uma frase de Santa Teresinha: “Tenho medo do Deus que passa e não volta”. Esta ação reflete uma crescente ligação entre os dois, iniciada durante a pandemia quando participaram de um congresso online em conjunto.

Viganó já havia associado seu nome à ideologia política do Kremlin, afirmando em 2020 enxergar na Rússia a possibilidade de uma “nova Roma”, uma ideia central na ideologia eurasiana. Esta teoria, evidente e herética, visa estabelecer um novo centro espiritual em Moscou, contrariando a estrutura da Igreja Católica. Ao compartilhar publicamente a mensagem de Dugin, Viganó expõe seus seguidores a doutrinas questionáveis, colocando em risco suas almas.

Dentre seus seguidores, encontram-se numerosos tradicionalistas católicos, grupos e movimentos que se opõem abertamente à Santa Sé. Apesar de sua excomunhão ter sido motivada por desobediência ao Papa Francisco e não pela aproximação com Dugin, o flerte com doutrinas falsas e heréticas tem sido observado por anos, levando à alcunha “Dugin para católicos” atribuída a Viganó por uma revista polonesa.

A excomunhão, segundo o Catecismo da Igreja Católica, é uma pena que exclui o indivíduo da comunhão da Igreja, privando-o de participar de sacramentos e exercer certos atos eclesiásticos. O excomungado perde o estado de graça eclesial, mas conserva o caráter sacramental do episcopado. Apesar disso, não pode receber os sacramentos nem ministrá-los, exceto em caso grave de perigo de morte.

A aproximação de Viganó com Dugin e a ideologia eurasiana, baseada no perenialismo e em elementos gnósticos, levantam sérias preocupações. Dugin se considera um tradicionalista, utilizando o perenialismo de René Guénon para justificar o expansionismo russo, mesmo que isso implique em apoiar nacionalismos que invadem territórios com base em laços culturais e espirituais.

Para a Igreja Católica, a conexão entre Dugin e o perenialismo de Guénon é inegável, ambos representando o gnosticismo esotérico e a ideia de uma “igualdade tradicional” entre as religiões. Esta perspectiva, que defende práticas de iniciação e a “unidade transcendente das religiões”, apresenta elementos gnósticos e heréticos, colocando em risco a fé e a ortodoxia católica.

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