Conselho da Paz da Noruega Cancela Cerimônia do Nobel de María Corina Machado; Decisão Não Anula a Premiação
Líder oposicionista venezuelana segue como vencedora, mas organização alegou que o prêmio "não estava alinhado com seus valores"; Nicolás Maduro reagiu à nomeação com ataques verbais.
Uma decisão controversa marcou a última sexta-feira (24): o Conselho da Paz da Noruega anunciou o cancelamento da cerimônia de entrega do Prêmio Nobel da Paz à líder oposicionista venezuelana María Corina Machado. O conselho, composto por 17 organizações independentes, justificou o cancelamento afirmando que a premiação “não estava alinhada com os valores da instituição”.
Princípios do Conselho e Vencedora Mantida
Apesar da “decisão difícil, mas necessária”, conforme a presidente do órgão, Eline H. Lorentzen, o cancelamento da cerimônia não interfere na concessão do prêmio. Machado foi anunciada como vencedora do Nobel da Paz deste ano em 10 de outubro, sendo reconhecida “por seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo venezuelano e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”.
Lorentzen reforçou que o Conselho precisa “ser fiel aos próprios princípios e ao amplo movimento pela paz que representamos”, e enfatizou que a instituição segue comprometida com seus valores de paz, desarmamento, diálogo e resolução de conflitos de forma não violenta.
Reações e Disputa Política em Torno do Prêmio
A nomeação de María Corina Machado gerou forte controvérsia e reações políticas. O ditador venezuelano Nicolás Maduro atacou a opositora publicamente, chamando-a de “bruxa demoníaca”. Em uma marcha em comemoração ao Dia da Resistência Indígena, Maduro usou termos pejorativos, referindo-se a Machado como “a bruxa demoníaca da Sayona”.
Por sua vez, María Corina Machado dedicou o prêmio ao “povo sofredor da Venezuela” e ao presidente americano Donald Trump, que também havia sido indicado ao Nobel. Em entrevista, a líder oposicionista afirmou que Trump “merece o prêmio” por suas ações “decisivas para colocar a Venezuela à beira da liberdade”.
A Casa Branca criticou o Comitê do Nobel, acusando-o de “colocar a política acima da paz” ao não premiar o republicano. Machado, que já foi acusada por Maduro de apoiar uma invasão estrangeira, assegurou que continuará sua luta pela redemocratização e pela libertação de presos políticos na Venezuela.



