OpiniãoPolítica e Economia

A hora e a vez dos bárbaros

Luiz Philippe de Orléans e Bragança

A mudança de regime e a tomada de controle do estado quase sempre são resultado de ações que envolvem gentios e bárbaros, mas invariavelmente, os invasores não o fazem antes que alguém lhes abra as portas. Foi assim na tomada da península ibérica pelos mouros, a convite dos reis cristãos; na tomada da Inglaterra pelos anglo-saxões a convite dos reis celtas; e na tomada do Peru e do México pelos conquistadores espanhóis, a convite das tribos locais.

No Brasil, os invasores do século 20 eram os “gentios” no comando do país, mas os bárbaros de hoje somos nós, os conservadores, os “fora do sistema”. Essa visão é necessária para que haja a legítima substituição de regime e de direção do estado brasileiro. Deve estar bem viva em nós a constatação de que o estado foi criado pela esquerda, que nunca deixou de governar, mesmo com a eleição de representantes de centro ou direita.

O estado brasileiro é socialista e um problema adicional são os conservadores que não querem desmontar as estruturas e instituições aparelhadas para oprimir a população, subverter a ordem natural, a família, a sociedade, a economia. Um modelo revolucionário organizado para lutar contra o bom, o belo e o certo. Os que ousam se colocar contra o sistema, tachados de radicais, representam hoje a democracia, a opinião pública livre. Quem está contra a democracia são as instituições de estado. Se só pensarmos em ganhar eleições, o regime esquerdista ainda vai prevalecer até que o conservador não consiga evitar o totalitarismo.

São os dois últimos passos para o pior acontecer: o primeiro foi a reforma tributária, estrangulando a Economia, os estados e municípios; depois, a reforma da segurança, que a esquerda está tentando implementar. Ambas vão acuar a sociedade e todos aqueles que levantarem a voz contra o poder central. A censura virá na sequência, mas mesmo com liberdade de expressão, as reformas por si só garantem o controle absoluto.

Os atuais deputados e senadores reclamam e fazem oposição, todavia, propõem reformas? Muitos concordam com as ideias aqui expostas, mas poucos as defendem abertamente, pois acreditam que falar de reformas não é popular e pode distanciá-los de seu eleitor. Temos que assumir sermos os novos bárbaros, e nos cabe exigir reformas e ocupar o espaço com uma agenda política clara, em uma missão de desmonte da tirania que aflige a sociedade e a nação.

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