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Anti-inflamatório: herói ou vilão?

Os anti-inflamatórios são um dos medicamentos mais usados indiscriminadamente pela população pela facilidade de acesso.

Sem entrar no mérito de quais doenças são indicadas ou contra indicadas seu uso, o intuito desse artigo é falar um pouco sobre como eles podem afetar e prejudicar seu organismo em vários aspectos, quando usados de forma errada.

Esses medicamentos são divididos em 2 grupos: esteroidais(hormonal), que são os corticoides, medicações feitas com base em hormônio produzido pela glândula suprarrenal tendo uma potente ação anti-inflamatória, e não esteroidais (AINEs). Ambos servem para tratar sinais e sintomas inflamatórios, sendo o primeiro, também usado para casos de alergias, traumas pré e pós cirúrgicos com grande edema, doenças autoimunes entre outros, com um tempo de ação mais prolongada.

Cada um age de uma maneira na inflamação. Os corticoides mais conhecidos e amplamente usados são: a dexametasona, prednisona e a betametasona. Alguns exemplos de AINEs são: nimesulida, naproxeno, diclofenaco, ibuprofeno, cetoprofeno e AAS.

Eles agem inibindo a produção das substâncias que desencadeiam a reação inflamatória. No mais, são drogas distintas. Enquanto os corticoides impedem a produção de hormônios e sinalizadores inflamatórios, os AINEs impedem a ativação dessas substâncias.

Um dos riscos do uso incorreto de corticosteroides está no fato de que a medicação pode confundir o sistema imunológico em longo prazo. Essas substâncias são sintetizadas a partir do hormônio cortisol, produzido pela glândula suprarrenal. Quando a medicação é administrada por mais de um mês, por exemplo, essa glândula pode entender que não é mais necessário produzir sua cota do hormônio, que são importantes para manter em equilíbrio o funcionamento do nosso corpo, inclusive do sistema imunológico.

Principalmente os AINEs, inibem uma substância chamada prostaglandina, responsável pelo fenômeno da inflamação e produzida por uma enzima chamada cicloxigenase(cox). O problema é que há vários tipos de prostaglandinas e algumas servem para proteger o organismo.

 Elas agem inibindo a produção do ácido clorídrico no estômago, aumentando a proteção da parede por muco. Por isso, o uso do anti-inflamatório “irrita” o estômago de pessoas mais sensíveis, causando dor, muitas vezes úlceras e hemorragias estomacais se o uso for prolongado ou rotineiro.

Age nos rins aumentando o fluxo sanguíneo. Em pessoas saudáveis ela não tem muita ação, mas casos de cardiopatias, doenças hepáticas e pessoas que já tem problemas renais, precisando mais da prostaglandina pra exercer suas funções, o uso desse medicamento é contra indicado.

Os AINEs agem inibindo o COX que estimula a agregação plaquetária, facilitando o processo de coagulação, e essa inibição reduz a capacidade de coagulação sendo perigoso em pacientes de alto risco de hemorragia ou que serão submetidos a alguma cirurgia, sendo necessária sua suspensão dias antes de uma cirurgia caso a pessoa faça uso por necessidade como pacientes anginosos ou infartados, dando destaque para o AAS (ácido acetil salicílico).

A prostaglandina F2 possui importante papel nas contrações uterinas, durante o trabalho de parto. O uso de AINEs, que atuam por mecanismos irreversíveis de inibição das COXs (ex.:AAS), na fase final da gravidez, pode comprometer o trabalho de parto.

A prostaglandina também ajuda diminuindo a vasoconstrição e o uso prolongado da medicação pode ocasionar alteração na pressão se usada por mais de 5 dias. Hipertensos devem evitar o uso dos anti-inflamatórios.

O processo de cicatrização é visivelmente melhor em quem não faz uso da medicação. No processo inflamatório ocorre a vasodilatação dos vasos sanguíneos, aumentando sua permeabilidade e facilitando a entrada de células para proteger nosso organismo e que auxiliam no processo de cicatrização e “limpeza da área”, eliminando os agentes estranhos(antígenos) da região. O anti-inflamatório atua inibindo essas células de defesa e retarda o processo de cicatrização.

Assim, tanto os corticoides como os AINEs, podem diminuir a defesa do organismo no uso prolongado, prejudicar a cicatrização, entre outros problemas.

 Interações medicamentosas devem ser consideradas, como em casos de infecções, onde precisamos da maior quantidade de células de defesa possível trabalhando no local, não sendo indicado o uso de anti-inflamatório, que além de inibirem essas células, diminuem a concentração plasmática do antibiótico.

Eles são seguros se usados de forma correta e com prescrição médica, mas esse é um dos medicamentos mais usados indiscriminadamente pela população.

Dra. Renata Neves Rizek

(Cirurgia Oral Menor -Odontopediatria)

Os perigos da automedicação

 

 

 

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Um Comentário

  1. Como diria um amigo meu, “desconcordo” em parte… hahaha
    – Conhecimento se adquire fazendo, basta ver qtos saem dos bancos escolares sem saber bolhufas…
    – cultura não se adquire só em bancos escolares, senão na própria vivência e ninguém nasce pronto…
    – ser empreendedor não acho tão necessário qto ser articulado e criativo…
    – flexibilidade tbm acho dispensável, pois pode ser um canal para barganhas ou algo parecido. E, segundo Leandro Carnal, nunca iremos encontrar alguém competente e simpático…
    – o trabalho em equipe vem a partir de outra habilidade, a capacidade de gestão de pessoas..
    – ser comunicativo e trabalhador são conceitos muito subjetivos…
    Assim, para representar um povo o candidato tem que ser HONESTO, e não falo só em relação ao dinheiro, COMPROMETIDO com seus objetivos e ter uma um passado RETO e ILIBADO.
    O resto vem naturalmente

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