Defesa de Bolsonaro pede autorização para visitas de aliados durante prisão domiciliar

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro protocolou, na segunda-feira (15), junto ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelos processos que envolvem Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), pedidos para que ele receba visitas de aliados políticos durante o cumprimento da prisão domiciliar em Brasília. Entre os nomes solicitados estão Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), e Rodrigo Valadares, relator do projeto de anistia para os réus das manifestações de 8 de janeiro.
Os advogados de Bolsonaro argumentam que essas visitas são de caráter institucional e político. Além de Valdemar Costa Neto e Rodrigo Valadares, a defesa também busca autorização para encontros com Rogério Marinho, líder da oposição no Senado; Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara; Wilder Morais, deputado federal pelo PL, e Adolfo Sachsida, ex-ministro de Minas e Energia.
A defesa do ex-presidente justifica a necessidade de contato pessoal rotineiro entre Bolsonaro e Valdemar Costa Neto para a coordenação partidária e planejamento de ações políticas nacionais. Em seu requerimento, a defesa destaca a importância da interlocução direta e frequente com o líder máximo do PL para a coordenação de pautas institucionais e para a efetivação de ações políticas de impacto nacional.
No caso de Rogério Marinho, a defesa enfatiza a necessidade de conversas regulares para definir estratégias sobre temas prioritários no Congresso Nacional. A argumentação aponta para a necessidade de diálogo direto com o ex-presidente para a definição de estratégias e acompanhamento de pautas relevantes ao partido e à representação popular.
A solicitação para Rodrigo Valadares está diretamente ligada ao projeto de anistia a condenados do 8 de janeiro, atualmente em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, sob a relatoria do deputado. Para os aliados de Bolsonaro, a aprovação dessa medida é considerada prioritária, pois poderia beneficiá-lo.
Os pedidos de visita foram feitos poucos dias após a Primeira Turma do STF condenar Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão em regime fechado por crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado. O ex-presidente cumpre prisão domiciliar desde agosto, após ter descumprido medidas cautelares. Além de políticos, a defesa de Bolsonaro também solicitou autorização para o grupo de oração da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro entrar na residência nesta quarta-feira (17), argumentando que essas visitas já eram realizadas rotineiramente.