Sufismo e Perenialismo: Um Livro Polêmico Convoca Questionamentos

Charles Upton, um muçulmano adept do sufismo, lançou um livro criticando Aleksandr Dugin, o ideólogo eurasiano. O livro, “Dugin contra Dugin”, foi publicado pela Vide Editorial, conhecida por publicar títulos conservadores e católicos. A editora, ao apresentar Upton como uma alternativa a Dugin, ignora a incompatibilidade entre o sufismo e o catolicismo.
O perenialismo, a doutrina defendida por Upton, prega a existência de uma “tradição primordial” que antecede todas as grandes religiões. Essa tradição seria acessível através da iniciação e de uma busca por conhecimento esotérico. Olavo de Carvalho, um crítico ferrenho do perenialismo, o considerava um perigo para a fé católica, pois busca a igualdade entre todas as tradições, enfraquecendo a fé revelada.
O Instituto Estudos Nacionais, conhecido por seus alertas sobre o crescimento do duguinismo e do perenialismo entre conservadores, critica a decisão da Vide Editorial por promover um livro muçulmano contra Dugin, quando já existem livros católicos que abordam o tema. O instituto aponta que o perenialismo, com sua busca por conhecimento oculto, atrai almas para fora da Igreja Católica ou para o Islã, corroborando a preocupação de Olavo de Carvalho sobre a “islamização da Europa” prevista por Guénon.
A escolha por Upton, um defensor do perenialismo, como antídoto ao duguinismo demonstra uma superficialidade preocupante. Dugin, apesar de expressar uma crítica ao liberalismo, se apoia em ideias gnósticas e ocultistas que, de acordo com Olavo de Carvalho, o distanciam da Tradição Primordial.
O livro de Upton, ao tentar desassociar Dugin do perenialismo, acaba por difundir essa doutrina, promovendo a ideia de que todas as tradições são igualmente válidas. A crítica ao duguinismo, portanto, se torna um instrumento para a propagação de uma ideologia que se opõe à fé católica.