Correios enfrenta crise financeira em 2024

A estatal Correios enfrenta uma crise financeira profunda desde 2024, acumulando prejuízos bilionários e enfrentando dificuldades para manter as operações. Neste contexto, a empresa confirmou que está negociando um empréstimo de R$ 20 bilhões com garantia do Tesouro Nacional, com o objetivo de reverter a situação financeira.
Segundo informações, o empréstimo será dividido em duas etapas: R$ 10 bilhões em 2025 e mais R$ 10 bilhões em 2026. O dinheiro será destinado ao capital de giro e ao custeio de medidas de ajuste, como plano de demissão voluntária, revisão do plano de saúde e renegociação de passivos. O Tesouro Nacional pode complementar os recursos, mas o valor ainda depende do espaço fiscal do governo.
O presidente dos Correios, Emmanoel Schmidt Rondon, afirmou que a garantia da União traz a vantagem de ter uma operação com custo menor, em prazo mais adequado, para ter um desenho para a operação que permita o reequilíbrio da empresa no médio e longo prazo. Rondon também destacou a necessidade de recuperar a liquidez da empresa para pagar o Plano de Demissão Voluntária (PDV) e realizar outras medidas de ajuste.
A operação prevê que os Correios sejam financiados por bancos estatais como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, além de bancos privados. No entanto, parlamentares da oposição criticaram a articulação do presidente Luiz Inácio Lula para conseguir o empréstimo, afirmando que escancara a má gestão e o descontrole fiscal da estatal.
A estatal continua sem fôlego financeiro, mesmo com medidas emergenciais como o empréstimo de R$ 1,8 bilhão tomado na gestão anterior. A escassez de caixa levou ao atraso em repasses e pagamentos a transportadoras e agências conveniadas, além de comprometer o plano de saúde dos funcionários.
Para reverter a situação, os Correios anunciaram um novo plano de medidas, dividido em três eixos: redução de despesas, diversificação de receitas e recuperação da liquidez. Entre as ações de contenção estão a redução de 20% no orçamento da sede, a diminuição da jornada de trabalho para 6 horas diárias, a suspensão temporária das férias e a convocação de todos os empregados para o trabalho presencial a partir de 23 de junho de 2025.
A empresa também pretende vender imóveis ociosos, renegociar contratos com fornecedores e buscar novas fontes de receita, incluindo o lançamento de novos produtos e um marketplace próprio até o fim de 2025. Além disso, os Correios pretendem captar R$ 3,8 bilhões junto ao Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) e promover o compartilhamento de unidades operacionais e a otimização da malha logística.
A estatal está trabalhando para reestruturar a empresa e encontrar uma solução para a crise financeira. Com medidas de ajuste e investimentos em tecnologia e logística, os Correios buscam recuperar a liquidez e manter as operações em funcionamento.