Em um cenário político turbulento na França, o presidente Emmanuel Macron anunciou a nomeação de Sébastien Lecornu como novo primeiro-ministro. A decisão surge após a Assembleia Nacional, a câmara baixa do Parlamento francês, rejeitar o voto de confiança depositado no ex-premiê François Bayrou, o levando à renúncia.
Lecornu, com 39 anos, possui trajetória política no espectro conservador. Inicialmente filiado ao partido Os Republicanos (LR), em 2017 ingressou no partido de Macron, então denominado República em Marcha, que posteriormente passou a ser conhecido como Renascimento.
Ao longo do mandato de Macron, Lecornu ocupou diversos cargos ministeriais, destacando-se por sua atuação como secretário de Estado para a Transição Ecológica e Inclusiva, ministro das Autoridades Locais, ministro dos Territórios Ultramarinos e, mais recentemente, ministro da Defesa, posição que detinha desde 2022.
A queda de Bayrou, após apenas nove meses no cargo, marca o segundo revés político para Macron em menos de um ano. Em dezembro do ano anterior, Michel Barnier também foi destituído pela Assembleia Nacional através de uma moção de desconfiança.
A França se encontra em impasse político, sem um bloco majoritário no Parlamento. A coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP), o partido de direita nacionalista Reagrupamento Nacional (RN) e o grupo de Macron não possuem maioria absoluta na Assembleia Nacional, tornando qualquer indicação presidencial vulnerável a uma votação.
A solução para este cenário de instabilidade política aponta para novas eleições legislativas. A direita nacionalista, representada pelo RN, já havia solicitado este pleito em agosto, sugerindo inclusive a renúncia de Macron. No entanto, um pleito antecipado já havia ocorrido em junho e julho de 2024, resultando na composição atual da Assembleia Nacional.
