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EUA Retiram Equipe de Negociação de Doha Após Resposta do Hamas

O enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff, tomou a decisão de retirar sua equipe de negociação de Doha, no Catar, após a resposta do grupo terrorista Hamas. Essa resposta demonstra, segundo Witkoff, a falta de vontade do grupo em buscar um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

Em sua conta no X, Witkoff afirmou que os mediadores americanos realizaram um grande esforço, mas lamentaram a falta de coordenação e boa-fé por parte do Hamas. O enviado americano também indicou que, diante dessa situação, reconsiderará alternativas para garantir a libertação dos reféns israelenses. Witkoff expressou sua frustração pela postura egoísta do Hamas, enfatizando o compromisso dos Estados Unidos em buscar um fim para o conflito e a paz permanente em Gaza.

Tommy Pigott, porta-voz adjunto do Departamento de Estado dos EUA, acrescentou que a situação é complexa e em constante mudança, mas que o compromisso e a boa-fé americana no processo nunca foram questionados. Pigott criticou a quebra de diversos cessar-fogos por parte do Hamas e a falta de disposição para promover um novo acordo de paz.

Os Estados Unidos, de acordo com Pigott, continuam empenhados em alcançar o fim do conflito e em fornecer o máximo de ajuda possível a Gaza, destacando que a “catástrofe humanitária” que se abate sobre a região é resultado da postura do Hamas, que poderia encerrar o conflito imediatamente liberando os reféns e abandonando suas ações violentas.

No mesmo dia, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também anunciou o retorno da delegação israelense de Doha, motivado pela resposta do Hamas à proposta de continuar as negociações. Fontes próximas às discussões, consultadas pelo canal de televisão israelense 12, revelaram que o Hamas endureceu sua posição em relação a pontos crucial para o acordo: a libertação de reféns, as linhas de retirada das tropas israelenses e a participação da Fundação Humanitária para Gaza (GHF) dos EUA na distribuição de ajuda humanitária.

O jornal Yedioth Ahronoth, o mais lido em Israel, afirmou que, embora a proposta inicial incluísse a libertação de 125 prisioneiros palestinos com penas de prisão perpétua e 1.200 detidos após o ataque de 7 de outubro de 2023, o Hamas exigiu o lançamento de 150 e 2.000, respectivamente. O número de prisioneiros a serem libertados, geralmente, corresponde ao valor atribuído pelos terroristas aos reféns israelenses que seriam libertados da Faixa de Gaza, variando de acordo com características como idade e situação militar.

Além disso, o Hamas está pedindo uma cláusula que impeça a retomada dos combates em Gaza após a trégua de 60 dias proposta, caso as partes não cheguem a um acordo sobre a transição para um cessar-fogo permanente durante esse período. A proposta atual estabelece que as partes devem negociar uma transição de 60 dias para um cessar-fogo no final da ofensiva israelense, e caso não cheguem a um acordo, a trégua pode ser estendida até que o façam. No entanto, Netanyahu já havia ameaçado retomar a ofensiva caso as negociações não sejam conclusivas dentro dos 60 dias.

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