Filipe Martins, ex-assessor internacional da Presidência durante o governo Bolsonaro, negou veementemente ter qualquer envolvimento na elaboração da chamada “minuta do golpe”, durante seu depoimento na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), na última quinta-feira (24).
Martins afirmou desconhecer a existência do documento até ser informado pela imprensa. Segundo ele, a minuta é uma “fantasma”, sem qualquer registro formal nos autos do processo. Ele questionou a veracidade das informações apresentadas pelo delator, tenente-coronel Mauro Cid, que alega ter acesso a uma versão de mais de 10 páginas.
Acusado de apresentar a primeira versão da minuta golpista ou de ter participado de sua edição, Martins é apontado como membro do chamado núcleo 2, supostamente responsável pela gestão do plano golpista e por ações que visavam desestabilizar a democracia. A Procuradoria-Geral da República (PGR) o acusa, juntamente com outros membros do núcleo 2 – Fernando De Sousa Oliveira, Marcelo Costa Câmara, Marília Ferreira de Alencar, Mario Fernandes e Silvinei Vasques – de tentativa de abolição do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Martins negou veementemente as acusações, afirmando que o tenente-coronel Cid está apresentando informações falsas. Ele também negou ter participado de reuniões onde a minuta teria sido discutida ou apresentada, inclusive em encontros entre Bolsonaro e os comandantes das Forças Armadas. Martins ressaltou que a imprensa já havia noticiado que ele mantinha um contato limitado com os militares.
