Muitas doenças,assim como a atual Covid 19,podem ser agravadas pelo estado de saúde bucal do paciente internado em UTI,já que muitas infecções são provenientes de microrganismos da boca.
Existem pacientes internados que já chegam com problemas odontológicos que causam a proliferação bacteriana tais como, periodontites(inflamações e infecções gengivais),cáries extensas, dentes quebrados ou fazem uso de aparelhos ortodônticos e próteses que propiciam a colonização de bactérias e fungos. Outros, podem adquirir algumas dessas patologias durante a internação devido ao seu estado crítico e também outras doenças oportunistas devido a queda da imunidade, falta de higiene, uso de medicamentos e equipamentos de respiração artificial como a candidíase oral, estomatites, herpes, saburra lingual(falta de higiene da língua),entre outras, contribuindo para a instalação de infecções respiratórias ou até mesmo causar uma endocardite bacteriana, que é quando a bactéria cai na corrente sanguínea e vai se instalar no coração. Isso pode ocorrer até mesmo fora do hospital, quando o paciente tem um foco de infecção na boca e não trata.
Durante uma intubação, além de causar lesões bucais, o paciente não consegue fechar a boca e isso causa ressecamento pela diminuição do fluxo salivar que serve para proteger os tecidos orais, favorecendo a colonização e multiplicação bacteriana que pode ir para os pulmões causando a pneumonia.
Os dentistas que atuam em UTIs, devem prevenir, diagnosticar e tratar lesões e doenças oportunistas, realizar a higiene bucal diária(dentes, língua, palato, gengivas e bochechas),remover próteses(dentaduras) durante o tempo de internação e manter a umidade da boca do paciente, como o objetivo de minimizar o risco de disseminação desses patógenos da cavidade oral, que agravam o quadro clínico do paciente.
Essa prática diária contribui com a melhoria da saúde geral e qualidade de vida dos indivíduos hospitalizados.
Dra. Renata Neves Rizek
Cirurgiã Dentista
CRO -SP 62.237
