Política e Economia

Lula critica países desenvolvidos por uso de crime e desmatamento para violar soberania de nações em desenvolvimento

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar os países mais desenvolvidos, afirmando que usam a luta contra o crime organizado como pretexto para violar a soberania de nações em desenvolvimento. Essa nova crítica surge em um momento de tensão entre o Brasil e os Estados Unidos, com as negociações para resolver o tarifaço de 50% imposto pelo presidente Donald Trump em impasse.

Além da questão do tarifaço, o governo brasileiro enfrenta críticas e pressão internacional em relação à condução do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), visto por Lula como um ataque à soberania nacional.

Em discurso durante a V Cúpula de Presidentes dos Estados Partes do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), realizado em Bogotá, na Colômbia, Lula afirmou que países ricos, que poluíram o planeta, tentam impor modelos que não se adequam às realidades dos países em desenvolvimento. Ele criticou a utilização da luta contra o desmatamento como justificativa para o protecionismo e o combate ao crime organizado como pretexto para a violação da soberania nacional.

Embora não tenha citado diretamente os Estados Unidos e Trump, o presidente brasileiro fez referência à recente investida do governo norte-americano de enviar navios de guerra à costa da Venezuela para combater o tráfico internacional de drogas. Lula, que apoia o ditador Nicolás Maduro, se posiciona contra essa ação e o governo venezuelano se mobilizou com 4,5 milhões de milicianos para defender o país.

A questão ambiental também é criticada por Lula, que pede aos países mais ricos que financiem a proteção de florestas e ajudem os países menos desenvolvidos a combater as mudanças climáticas. Este será um dos temas centrais da COP 30, que será realizada em Belém em novembro, e Lula espera que os líderes mundiais se comprometan com o futuro do planeta.

Ele ressalta que não existe saída individual para a crise climática e que o multilateralismo é a única forma de superá-la. Lula critica o fato de que, apesar de muitas negociações, poucos acordos estão sendo cumpridos.

O acordo entre o Mercosul e a União Europeia, que o governo brasileiro tenta desenrolar, também enfrenta obstáculos em razão da questão ambiental. A França, por exemplo, utiliza a proteção ao meio ambiente como pretexto para proteger seu agronegócio, dificultando o avanço das negociações.

Em uma conversa por telefone com o presidente francês Emmanuel Macron, Lula reclamou do tarifaço imposto por Trump e tentou convencê-lo a ratificar o acordo. Macron afirmou que está pronto para assinar a parceria desde que ela proteja os interesses da agricultura francesa e europeia e beneficie as economias dos dois blocos.

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