Tecnologia

Modernização do Setor de Internet no Brasil: Tendências e Desafios

A necessidade de modernização no setor de provedores de internet no Brasil foi o tema central do penúltimo episódio da temporada Futurecom Connect, apresentado por Marcio Montagnani no portal Itshow. Três especialistas renomados, Leonardo Furtado, engenheiro de redes e professor; Sérgio Cardoso, engenheiro e diretor de operações da Arsitec; e Ivan Ianelli, engenheiro e presidente da ABEPREST, compartilharam suas perspectivas sobre as tendências e desafios que os ISPs enfrentam em um mercado cada vez mais competitivo.

A convergência de opiniões entre os participantes foi clara: a evolução dos ISPs transcende a mera aquisição de novos equipamentos e exige um olhar estratégico, com planejamento cuidadoso e investimento em desenvolvimento humano. A descentralização da topologia das redes, por exemplo, surgiu como um fator crucial para viabilizar o edge computing, permitindo uma experiência de usuário mais fluida e com menor latência.

A busca por escalabilidade e a qualidade de serviço se destacaram como pilares diferenciais para os ISPs. A capacidade de se adaptar às demandas crescentes do mercado e oferecer uma experiência consistente e confiável ao cliente se tornaram imperativos. Ivan Ianelli ressaltou a importância de a escalabilidade ser incorporada desde a concepção da rede, evitando a necessidade de reestruturações frequentes.

Leonardo Furtado e Sérgio Cardoso enfatizaram a necessidade de ultrapassar a simples oferta de velocidade de internet e preparar a infraestrutura para novos serviços, como jogos em nuvem e aplicações de inteligência artificial, que exigem latência reduzida e alta disponibilidade.

A inteligência artificial e a automação também ganharam destaque no debate, com exemplos de como ferramentas de AIOps já estão sendo utilizadas por grandes empresas de tecnologia para prever o tráfego, automatizar a resolução de problemas e otimizar data centers. Leonardo Furtado defendeu que soluções de IA, como detecção de anomalias e previsão da qualidade de experiência (QoE), são viáveis para ISPs de pequeno e médio porte, mesmo com recursos limitados.

A adoção de SDN (Redes Definidas por Software) e NFV (Virtualização de Funções de Rede) foi apontada como uma tendência que pode transformar a forma como os ISPs gerenciam e escalam seus serviços. Ivan Ianelli reconheceu as barreiras existentes, como o custo e a necessidade de mão de obra qualificada, mas acredita que essa tecnologia irá se tornar cada vez mais presente no mercado brasileiro.

O debate também abordou a importância da migração para o IPv6, destacando que a falta de adoção desse protocolo no passado contribui para os problemas que os ISPs enfrentam atualmente. A promessa de escalabilidade, segurança aprimorada e suporte a aplicações de IoT e smart cities foi elogiada pelos especialistas.

A cibersegurança também foi um tema central, com Sérgio Cardoso destacando o potencial dos ISPs em oferecer serviços de segurança aos clientes finais, como proteção contra phishing e malware, a preços acessíveis. Leonardo Furtado recomendou a utilização de frameworks como Zero Trust e NIST CSF, além de ferramentas como RPKI e IRR para proteger o plano de controle da rede.

Por fim, a visão de Leonardo Furtado sobre o futuro das redes é marcada pela automação declarativa, telemetria em tempo real e integração entre as equipes de rede, operações e desenvolvimento. A mensagem foi clara: a adoção de uma mentalidade ágil e inovadora é fundamental para que os ISPs se mantenham competitivos e atendam às demandas do mercado.

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Samuel Nascimento

Natural de Paraguaçu Paulista, terra de Erasmo Dias, Liana Duval e Nho Pai. Graduado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas e cursando Engenharia da Computação; Empreendedor na área de Marketing Digital; Ciclista; Músico Violinista; Organizador do Festival de Música de Paraguaçu Paulista e Spalla da Orquestra Jovem de Paraguaçu Paulista.

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