Julgamento de Bolsonaro no STF: Moraes desafia Trump e aliados buscam impeachment

A agência de notícias Reuters trouxe à tona uma reportagem relevante publicada nesta segunda-feira (1º), abordando o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que deu início nesta terça-feira (2). A reportagem destaca o relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e sua postura que, segundo a Reuters, desafia o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, testando a paciência de seus colegas na mais alta corte brasileira.
O texto da Reuters retrata a intensidade do julgamento, apontando que o Supremo Tribunal Federal entra na fase final de deliberações. A reportagem ressalta que o caso provocou a ira de Donald Trump, que impôs uma tarifa comercial de 50% ao Brasil, restrições de vistos e sanções financeiras individuais, em resposta à investigação contra o ex-presidente brasileiro. A Reuters também destaca a postura de Alexandre de Moraes, que, além de colocar Bolsonaro em prisão domiciliar e prender centenas de seus apoiadores pela invasão de prédios do governo, também se confrontou com Elon Musk sobre o conteúdo em redes sociais.
Dentro do STF, segundo a Reuters, há um movimento de alguns ministros se distanciando das decisões de Moraes. A agência menciona a fala recente do ministro André Mendonça, indicado por Bolsonaro em 2021, que afirmou que “um bom juiz deve ser respeitado, não temido. Suas decisões devem trazer paz social, não caos, incerteza ou insegurança”.
A reportagem da Reuters traz ainda a preocupação de que o processo contra Bolsonaro possa provocar reações ainda mais contundentes de Trump, que exige que o Brasil abandone o julgamento, que o presidente americano chama de “caça às bruxas”. A agência destaca que Trump já tomou medidas diretas contra integrantes do Supremo, poupando, até agora, apenas aqueles que se manifestaram contra decisões de Moraes.
A Reuters cita a retirada de vistos de oito ministros do Supremo pelo governo americano em julho, como exemplo dessas medidas, ressaltando que apenas três ministros, que haviam divergido claramente de Moraes em casos anteriores, foram poupados. A reportagem também explora os argumentos de ambos os lados: enquanto Moraes e seus apoiadores argumentam que sua abordagem agressiva contra Bolsonaro e seus aliados visa defender a democracia brasileira, seus críticos acusam-no de censura e abuso ilegal, citando ordens para remover postagens de apoiadores de Bolsonaro em redes sociais, apreender telefones de empresários que discutiam as virtudes de um golpe e prender um parlamentar que fez ameaças contra a Corte.
A Reuters finaliza a reportagem mencionando que aliados de Bolsonaro afirmam que já existem mais de 41 senadores favoráveis à abertura do processo de impeachment de Moraes, apesar de serem necessários 54 votos. Contudo, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, resiste em pautar o tema.