Com o foco principal no combate ao coronavírus, que já causou milhares de mortes no Brasil e no mundo, outras questões de saúde estão ficando em segundo plano.
A saúde colapsada escancarou setores deficientes de longa data. Hospitais lotados com falta de leitos, UTIs lotadas, índices altíssimos de infecções hospitalares, falta de profissionais e de capacitações técnicas, demora nos exames e agendamentos de consultas, deficiências em outros setores como educação, desigualdades sociais, desempregos, ônibus e metrôs lotados pela quarentena imposta, e como se não bastasse tudo isso, a guerra política em destaque, prejudicando ainda mais a situação caótica.
Exaustão, esgotamento físico e emocional, adoecimento psicológico, falta de proteção e condições adequadas para o trabalho estão entre os impactos causados pela pandemia na saúde dos trabalhadores que estão na linha de frente do combate à covid-19.
O profissional de saúde, além de monitorar e cuidar dos doentes de covid, também tem precisa dar atenção a outras enfermidades tão graves quanto essa, gerando uma sobrecarga.
O brasileiro está deixando de fazer diversos exames de rotina, por medo ou dificuldade de agendamento, está mais sedentário devido ao isolamento social, elevando o consumo do cigarro e do álcool, aumento no peso, além de estresse e frequentes casos de violência .
Com a adoção do home office, problemas ortopédicos aumentaram ou surgiram durante esse período, como dores nas costas, região lombar e lesões no punho. A miopia infantil disparou devido ao excesso de celulares e computadores, problemas dentários deixaram de ser tratados, exames de mamografias reduziram drasticamente segundo pesquisas, entre outros de rotina, como Papa Nicolau, exames da próstata, ecocardiograma e etc. Vemos notícias informando sobre novos surtos epidemiológicos, sobretudo de doenças que estavam desaparecidas como sarampo e febre amarela. Muitas pessoas não se previnem mais de doenças sexualmente transmissíveis, devido a um certo enfraquecimento em campanhas de prevenção, caindo no esquecimento sobre sua importância nesse período.
Pesquisadores brasileiros de universidades federais e a Associação Brasileira de Cardiologia revelou que o número de mortes por doenças cardiovasculares aumentou significativamente. Os pacientes não deixaram de morrer por outras causas, só passaram a sofrer com essas outras doenças em casa, por medo de contrair o vírus durante as consultas.
Apesar disso, a saúde nunca esteve em tanta evidência como agora. Acredito que as pessoas comecem a se cuidar mais daqui pra frente, aprendam a melhorar sua qualidade de vida, a gerenciar melhor seu tempo e suas emoções.
O colapso no sistema de saúde causado pela pandemia, certamente prejudicou a prevenção e tratamento de outras doenças. Será um longo caminho até a volta à normalidade, mas é o que todos esperam e estamos rumo a isso!