O jurássico poder dos falsos poderosos

Nessa semana, por necessidade de alimentos, tivemos que sair de casa e, com todos os cuidados dos protocolos de saúde, fomos em busca do necessário e do essencial. Lá encontramos um amigo, pessoa que aprendemos a admirar pela sua simplicidade, riso fácil, alto astral e dedicação aos empregos… Sim empregos já que trabalha em dois turnos, em duas empresas diferentes e funções diferentes.
Entre preços e produtos ouvimos alegremente o nosso amigo contar uma triste história.
Todo mundo sabe que as grandes redes de lojas espalhadas pelo País possuem uma central de recebimento financeiro, normalmente centralizada e essas centrais exigem de seus funcionários uma rotina de procedimentos para receber o pagamento dos clientes, especialmente para os que pagam em cheque.
Pasmem!!! Sim ainda existem consumidores que pagam com cheques.
Contou-nos o amigo que, certa vez, uma pessoa, dita poderosa na cidade, foi às compras e, ao pagar com seu poderoso talão de cheques, o funcionário que a atendeu listou e solicitou a seqüência protocolar de exigências que, não ele, mas a matriz, exige que seja cumprida nos casos deste tipo de pagamento jurássico, hoje raro, porém ainda válido.
O funcionário, segundo quem presenciou a cena, praticamente apanhou de tanta ofensa e depois de uma infinidade de adjetivos nada favoráveis e extremamente preconceituosos, ouviu a famosa pergunta das pessoas que sofrem do transtorno da síndrome do pequeno poder: você sabe quem sou eu? Sabe com quem está falando?
Com a simplicidade que lhe é característica e o atendimento alegre e padrão dispensado pelos funcionários quando servem a este tipo de gente, o colaborador da loja informou que sabia sim de quem se tratava e com quem estava falando, mas a regra era para todos e não para alguns. Quase foi linchado e, depois de atendidas as exigências necessárias para o obsoleto pagamento, a pessoa saiu batendo o pé e, de nariz em pé, foi embora exibindo sua cauda de poder.
Ao funcionário restou o sorriso largo e a seriedade do dever cumprido.
Ouvida esta história nos perguntamos qual seria a motivação de pessoas dessa laia? Pessoas que não medem esforços para se mostrarem poderosas, fazendo uso de suas posses materiais, de sua posição na sociedade ou mesmo da investidura de seu cargo, seja ele efetivo, comissionado, diretivo ou eletivo.
O que ou quem será que dá a essas pessoas esse suposto poder sobre nós pobres mortais?
O que se vê hoje, nas mídias, nas relações sociais ou de consumo e nas redes sociais, é um desfile de posturas e reações descontroladas, descabidas e ameaçadoras por parte daqueles que ocupam as supostas posições de poder.
Mas quem teria autorizado isso? E ainda… Quem paga por isso? Quem financia o dia a dia desses pequenos falsos poderosos que se agigantam revestidos da carapaça dos seus cargos? Será que eles esquecem que as carapaças protegem, mas sempre deixam a cauda para fora?
O abuso de poder tem sido um crime comumente praticado e, em nossa cidade, temos presenciado algumas posturas agressivas e quase histéricas de certas pessoas, portadoras da síndrome do pequeno poder que se esquecem que, um dia a máscara cai, o cargo se vai e a pessoa voltará a ser um cidadão comum, reles mortal pagador de contas com um pré histórico talão de cheques, ou não?!?!
Prof. Valter Luís Fortuna Xavier Guerra Casado com a Assistente Social Simone Guerra Fortuna Xavier Efetivo na rede estadual e municipal Especializado em Didática e Defesa Civil Pós graduado em Metodologia e Gestão Pública Mestre de Cerimônias e Locutor Repórter e Redator com atuação em órgãos como: Gazeta de Assis, Rádio Antena Jovem, Radiativa Regional Notícias e Folha da Estância. Assessor Municipal de Comunicação (2008 a 2016)