A revista inglesa The Economist comparou o julgamento do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro ao episódio de 6 de janeiro de 2021, na qual apoiadores de Donald Trump invadiram o Capitólio americano. Na capa da edição desta semana, a publicação utilizou uma imagem de Bolsonaro caracterizado como Jake Angeli, o “Xamã do QAnon”, conhecido por suas ações durante a invasão.
Angeli, que se tornou famoso mundialmente ao aparecer com um chapéu de pele com chifres e uma lança durante a invasão do Capitólio, era um apoiador fervoroso de Trump e um adepto da teoria da conspiração QAnon, que alega a existência de uma rede global de satanistas pedófilos que controlam o mundo.
A Economist buscava mostrar a semelhança entre os dois eventos, colocando em destaque a tentativa de golpe de estado que Bolsonaro teria tentado após a eleição de 2022 no Brasil.
Após as imagens de Angeli na invasão do Capitólio serem divulgadas globalmente, ele foi preso três dias depois. Em setembro de 2021, ele se declarou culpado de obstrução de um processo oficial e, em novembro daquele ano, foi condenado a 41 meses de prisão, além de uma multa de US$ 2 mil e três anos de liberdade condicional após cumprir a pena.
Libertado em maio de 2023, um ano antes do previsto, Angeli, atualmente, tem criticado Trump, questionando sua postura em relação ao caso Epstein e ao conflito entre Israel e Palestina.
Em posts no X, plataforma que antes era conhecida como Twitter, Angeli acusou Trump de não liberar registros do processo judicial contra o financista Epstein e de apoiar Israel na guerra na Faixa de Gaza, usando linguagem ofensiva.
A publicação também mencionou críticas de Angeli ao ator James Woods, um apoiador de Trump, sobre o caso Epstein.
No entanto, é importante notar que Jacob Anthony Angeli Chansley, o “Xamã do QAnon”, foi perdoado por Trump em janeiro deste ano, junto com cerca de 1,5 mil outros acusados de envolvimento nos atos de 6 de janeiro de 2021.
