Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, manifestou confiança na normalização das relações entre Israel e Arábia Saudita ainda no corrente ano. Essa declaração foi feita em entrevista à revista Time, publicada na quinta-feira passada (23).
O mandatário americano acredita que a Arábia Saudita está liderando o caminho em direção à normalização, e salientou que tem um ótimo relacionamento com o rei Salman bin Abdulaziz Al Saud. Além disso, Trump mencionou que a Arábia Saudita será capaz de liderar os Acordos de Abraão, os quais foram iniciados durante o seu primeiro mandato (2017-2021) e já foram adotados por Israel em quatro países islâmicos: Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Marrocos e Sudão.
Quando questionado pela Time sobre a possibilidade da Arábia Saudita aderir aos Acordos de Abraão até o final do ano, Trump respondeu que sim. Ele argumentou que a Arábia Saudita não tem mais problemas com Gaza e o Irã, aludindo às críticas do primeiro-ministro e príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, a Israel, por conta da guerra na Faixa de Gaza e dos ataques ao Irã durante o conflito de 12 dias em junho.
Trump também citou o cessar-fogo entre Israel e Hamas, intermediado por ele, e afirmou que o regime de Teerã não é mais uma “ameaça iminente” após os bombardeios de Israel e dos Estados Unidos às instalações nucleares iranianas em junho. Essa declaração é significativa, pois antes dos ataques do Hamas a Israel em 2023, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, havia declarado que o país estava em negociações com a Arábia Saudita para estabelecer relações diplomáticas.
No entanto, a Arábia Saudita sempre condicionou essas conversas à criação de um Estado palestino. As negociações entre Israel e Arábia Saudita teriam sido uma das motivações dos ataques do Hamas em outubro de 2023, que visavam sabotar as conversas e interrompê-las.
A Arábia Saudita e o Irã são rivais geopolíticos e já travaram conflitos por procuração, como no Iêmen, que atualmente está em cessar-fogo. Em março de 2023, a Arábia Saudita e o Irã reataram relações após sete anos de ruptura, em negociações intermediadas pela China.
