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Fascismo: História, Mito e Neofascismo

A utilização indiscriminada do termo “fascista” se tornou uma prática comum, difundida por diversos meios de comunicação, entretenimento e até mesmo o meio acadêmico. Essa tendência, que se originou da infiltração de uma mentalidade revolucionária em setores da direita, reconfigura o fascismo como um fenômeno conservador, até mesmo cristão, dando origem a termos como “cristofascismo”. Essa distorção histórica serve como combustível para projetos revolucionários que buscam a eliminação física de seus opositores.

No contexto atual, surge a necessidade de compreender a origem dos termos utilizados para discutir o fascismo. Existem, de fato, dois conceitos distintos: o conceito histórico, baseado nos próprios teóricos fascistas, que explica o ressurgimento do neofascismo, e o conceito popularizado pela esquerda para estigmatizar seus adversários.

Para a esquerda, o fascismo é visto como uma reação reacionária do sistema capitalista diante de sua própria crise. Essa narrativa, que ignora a verdadeira natureza do fascismo, argumenta que o capitalismo, em face da ameaça comunista, cria mecanismos para suprimir o movimento operário. Georgi Dimitrov, líder comunista búlgaro, exemplifica essa visão, definindo o fascismo como “a ditadura terrorista aberta dos elementos mais reacionários, chauvinistas e imperialistas do capital financeiro”.

Entretanto, esse conceito é profundamente falso e se distancia do pensamento dos próprios fascistas. Historiadores que estudaram a fundo o fascismo original apontam que ele se trata de uma versão nacionalista do próprio movimento operário comunista. Enrico Corradini, teórico central do fascismo italiano, defendia que a classe operária deveria se identificar com a nação para impulsionar a revolução mundial contra as nações burguesas.

O fascismo se opunha radicalmente ao liberalismo e à democracia moderna, rejeitando o conceito de liberdade individual. Essa característica é frequentemente ignorada por aqueles que, por desconhecimento ou por simpatia à esquerda, se enganam ao considerar o fascismo uma reação do capitalismo.

O Bolsonarismo, por exemplo, não se enquadra nesse conceito distorcido. A direita brasileira, surgida no bolsonarismo, é profundamente liberal e democrática. Criticá-la por sua crença na conciliação com a democracia liberal pode ser válido, mas chamá-la de fascista é uma grosseria histórica.

O neofascismo, objeto de estudo de um recente e-book, representa uma evolução do fascismo original. Ele busca unificar povos em torno de tradições para combater a modernidade, relativizando culturas e tradições para fortalecer o sentimento nacionalista.

O afastamento do conservadorismo da Igreja Católica, impulsionado pela infiltração da Teologia da Libertação, tem levado alguns direitistas a abraçar ideologias revolucionárias e espiritualmente heréticas. No entanto, a única oposição legítima à mentalidade revolucionária e aos ideais da democracia liberal e da modernidade reside na doutrina católica.

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