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Histórico

História dos cinemas de Paraguaçu – parte 1

Adaptado de coletânea de textos de Paulo James

A história do cinema de Paraguaçu começa, na verdade, antes de esta tornar-se município. Engana-se quem pensa que Paraguaçu teve apenas dois grandes cinemas, o Carlos Gomes e o Cine São Manoel: na verdade, a cidade teve seis ótimos cinemas.

Voltando um pouco na História: em 1926, poucos anos após o surgimento do povoado de Paraguassú, foi criado o Cine Paraguassú, em um galpão de madeira na rua Sete de Setembro. Com seu interior rústico, chão batido, bancos e cadeiras artesanais, tinha capacidade para 50 pessoas e era frequentado por todos os habitantes, independente de classe social. Os filmes eram sempre apresentados em duas sessões, devido à grande demanda pelos filmes. Os rolos de 70mm vinham separados, e era durante as trocas de partes dos filmes (que duravam em torno de 10 minutos) que as pessoas aproveitavam para ir ao banheiro, ou “casinha”, que ficava fora do cinema, ou ainda à bombonière, o “barzinho do cinema”, para comprar balas para a parte seguinte da exibição. Os frequentadores do cinema iam com seus melhores trajes: mulheres desfilavam seus vestidos longos, homens iam de terno engomado, gravata e chapéu.

Ainda no ano da inauguração, o Cine Paraguassú quase foi incendiado por pessoas que acreditavam ser o cinema “coisa do diabo”: a empreitada não teve êxito, pois o projecionista acordou com o ruído da aproximação dos incendiários e conteve a tentativa de incêndio.

Na época, a exibição dos filmes exigia muito da habilidade do projecionista, que girava a manivela do projetor. Dependendo da velocidade do movimento, a cena era mais rápida ou mais lenta. Com toda essa dificuldade, e mesmo com a ausência de som (pois era a época do cinema mudo), as pessoas se emocionavam, riam, choravam. Havia, também, a presença obrigatória de um conjunto musical da terra, para dar mais vida às exibições cinematográficas: o Prof. Luiz Gonzaga (ao violino), João Rosa e Badu pai (ao violão) e, posteriormente, o jovem Antenor Martins e seu acordeon de 8 baixos, estavam sempre presentes.

Confira mais:

História dos cinemas de Paraguaçu – Parte 2

História dos cinemas de Paraguaçu – Parte 3 – Final

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