“Não estamos sendo ouvidos”, diz presidente do CFM.
Em entrevista ao programa da Jovem Pan, o presidente do CFM, Dr.Mauro Ribeiro, levanta questões importantes sobre a pandemia.

Em entrevista ao programa ‘Os Pingos Nos Is’ da Jovem Pan nesta terça – feira (15), o presidente do Conselho Federal de Medicina falou sobre os posicionamentos dos médicos representantes do conselho, com relação a diversas situações ocorridas durante a pandemia.
Entre perguntas e respostas, com muita ética e sensatez, o presidente se posiciona em várias questões, entre elas, ser contra a obrigatoriedade da vacina, já que fere a liberdade individual e cada pessoa deve escolher o acredita ser melhor pra si, tendo em vista inúmeras dúvidas sobre os resultados, por ser algo recentemente fabricado e com novas tecnologias. Apesar disso, pontua que é totalmente favorável a vacinação, já que é o único meio realmente efetivo de prevenir a doença e que o papel do conselho é incentivar para que isso ocorra “Cabe a entidades relacionadas à área da saúde convencer a população de que é importante tomar a vacina.” Também explica que os protocolos de higiene, uso de máscara e distanciamento, devem continuar no Brasil, devido a situação epidemiológica em que o país se encontra, bem diferente dos Estados Unidos, onde o foi descartado o uso obrigatório para quem já tomou a vacina. Diz que o ponto mais importante para evitar a transmissão, é não fazer aglomerações em ambientes fechados e não entende como fazem “lockdown”, lotando metrôs e ônibus.
Ele ressalta que está havendo uma inversão de valores, onde pessoas que nem sequer atenderam um paciente na vida, só tem afirmações e certezas com relação a uma doença, que tem um ano e meio de idade, enquanto médicos altamente gabaritados, que estão fazendo uma “varredura” sobre a situação da pandemia no mundo todo, que fazem pesquisas, fora sua experiência profissional, têm dúvidas, e que esses profissionais estão sendo “engolidos” pela mídia, jornalistas, políticos e pessoas em geral que tem a audácia de dizer para os médicos o que eles devem ou não fazer.
”Nos respeitem”, desabafa o presidente .
“O presidente da república não é genocida”, ‘Bolsonaro e ministros não são responsáveis por mortes’, diz. A politização no Brasil, ao invés de todos se unirem contra um vírus, só atrapalha. O governador de SP chama o presidente de genocida enquanto seu estado é o que tem mais números de óbitos, explicou Dr.Mauro, dizendo que não quer defender ninguém, mas que as pessoas que estão na linha de frente lidando com a realidade diariamente, são as que menos estão sendo ouvidas.
O médico lembrou que a politização e as narrativas em torno da doença podem ser prejudiciais e disse que não minimiza os quase 500 mil óbitos, mas lembrou que mais de 17 milhões foram curados após se infectar no país. Além disso, esclareceu que o Conselho não defende o tratamento precoce da doença, e sim os direitos dos profissionais. Essa discussão é legítima entre os profissionais, mas há um exagero nas narrativas por parte dos políticos.
Vamos deixar o pessoal da saúde trabalhar!