
Muitos paraguaçuenses têm ido, como no mundo todo, às redes sociais para manifestar sua opinião e, especialmente, repudiar posturas em que nada acrescentam às pessoas, aos locais e, principalmente, contrárias àquela que deveria ser dos representantes do público.
O presidente da Câmara Municipal de Paraguaçu Paulista é um dos que tem chamado a atenção neste ano, na opinião de muito propositalmente para se manter em evidência, por uma postura de soberba e muita agressividade.
O vereador, mais votado nas últimas eleições e eleito por seus companheiros de edilidade como presidente da Casa de Leis, foi acusado e denunciado pelo Movimento Paraguaçu Por Elas, no final do ano passado, pelo crime de misoginia contra uma empresária da cidade e, após não ver as denúncias, em várias instâncias, prosperarem, assumiu em 2021 à frente do Legislativo paraguaçuense, uma postura, na opinião de muitos eleitores, agressiva e desnecessária. “Desperdício de dinheiro público em brigas pessoais” – tuitou uma cidadã que pediu para não ser identificada para não virar alvo do político.
O vereador utilizou sua rede social e até a tribuna da Câmara Municipal para tecer comentários desagradáveis, pejorativos e agressivos contra munícipes, a quem deveria representar, chamando inclusive algumas pessoas de: jumento, criatura pavorosa, mulher da vida, pu$@ (numa suposta alusão à palavra “puta”). O vereador ainda prossegue em sua postura misógina quando, tecendo comentários sobre uma das vereadoras da atual legislatura, disse entender porque as mulheres têm tanta inveja dela.
Como se isto não bastasse, o presidente da Câmara agora virou sua “metralhadora” de agressividade contra os próprios vereadores da Casa de Leis paraguaçuense, acusando-os de manobra para ver quem fica por último para falar e, após ele, munido de sua autoridade e contra o regimento da Casa, decretar o fim das discussões no plenário, de que os vereadores ficam com ironia durante a sessão. “…como não, risadinha irônica pra cima de mim…” e mesmo com o encaminhamento regimental “pela ordem” de uma das vereadoras, o nobre edil decretou: “Está encerrada a discussão! E eu não te dei a palavra agora…poxa, toda vez é assim?”.
O próprio presidente se esqueceu que em sessão anterior, ele próprio afirmou que o debate de ideias é muito salutar e importante para a cidade. O presidente da Câmara desprezou ainda que o Regimento da Câmara e seus dispositivos, inclusive o artigo 241, permite a qualquer vereador se manifestar a qualquer tempo. Diz o artigo 241 do Regimento Interno da Câmara de Paraguaçu: “O Presidente solicitará ao orador, por iniciativa própria ou a requerimento de qualquer Vereador, que interrompa o seu discurso, nos seguintes casos:… V – Para atender a pedido de palavra pela ordem, para propor questão de ordem Regimental.” Já o artigo 245 do mesmo regimento informa em seu parágrafo 1º que: “só poderá ser requerido o encerramento da discussão, quando, sobre a matéria tenham falado, pelo menos 02 (dois) Vereadores.” E o artigo 240 afirma: “os debates deverão realizar-se com dignidade e ordem, cumprindo aos Vereadores atender às determinações sobre o uso da palavra, nos termos regulados por este Regimento.”