Esporte
Principal maratonista do Brasil, o Paraguaçuense Daniel Nascimento correrá no Troféu Brasil de Atletismo
O fundista Daniel Ferreira do Nascimento (Associação Noroeste Runners-RS) vai correr os 10.000 m no Troféu Brasil Interclubes de Atletismo, que será disputado de 22 a 25 de junho, no Estádio Olímpico Nilton Santos, no Rio de Janeiro, e é considerado a principal competição interclubes da América Latina. A final dos 10 mil está programada para às 17:50 de sexta-feira, dia 24 de junho. Danielzinho é convidado da Confederação Brasileira de Atletismo (valem os resultados, mas sem pontuação na disputa entre clubes).
A competição está dentro de um ciclo de duas semanas em sua preparação para o Campeonato Mundial de Atletismo do Oregon, Estados Unidos, de 15 a 24 de julho, segundo o treinador Jorge Luiz da Silva, que assumiu a preparação do atleta no início deste ano. “É um ciclo rápido para quem está há um bom tempo em altitude, adaptação ao calor, polimento para a maratona”, afirmou Jorginho.
O fundista está motivado com a possibilidade de dar a primeira medalha de ouro para o seu clube, a Associação Noroeste Runnes, de Ijuí (RS), e por competir no Estádio Olímpico Nilton Santos, no Troféu Brasil. “Em 2016, na Olimpíada, eu estava na arquibancada”, disse Daniel, que agora integra o Programa de Preparação Olímpica do Comitê Olímpico do Brasil (COB) visando os Jogos de Paris-2024.
Daniel fez uma carreira com bons resultados nas categorias de base, em provas de cross country e em pista. É recordista brasileiro sub-18 dos 3.000 m (8:26.90) e dos 2.000 m com obstáculos (5:45.22) e sub-20 dos 10.000 m (29:13.34).
Nascido a 28 de julho de 1998, na cidade de Paraguaçu Paulista (SP), correu sua primeira maratona em maio de 2021, quando venceu em Lima, no Peru, garantindo qualificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio, com o tempo de 2:09:04. Em 2021 também venceu os 10.000 m do Campeonato Sul-Americano de Guayaquil, no Equador.
Em abril de 2022 correu a quarta prova de 42,195 km da carreira, a Maratona de Seul, na Coreia do Sul, em 2:04:51, superando a marca de 2:06:05 que era de Ronaldo da Costa para bater os recordes brasileiro e sul-americano. Agora é o primeiro não-africano na lista dos melhores do mundo.
O fundista volta para Kaptagat, no Quênia – local a 2.800 m de altitude – para a preparação final ao Mundial do Oregon no dia 26, logo após o Troféu Brasil. “Treinar lá ajuda para correr ao nível do mar. E também tem a natureza, é livre de trânsito e poluição. Dá uma paz interior e estou treinando com os melhores, adquirindo excelentes referências”, comentou.
Sobre se já ouviu algum conselho do queniano Eliud Kipchoge, bicampeão olímpico e recordista mundial da maratona, disse que sim. “Falou para eu me divertir, pela minha idade, e que se eu colocar em prática tudo o que treinei tudo vai dar certo. Fala em trabalho duro, disciplina, determinação porque com tudo isso a motivação vem. E em criar memórias para provas futuras.”