Revolução Constitucionalista, Revolução de 1932 ou Guerra Paulista
Levante paulista não obteve o efeito esperado, mas colocou freios no projeto autoritário de Vargas
Revolução Constitucionalista, Revolução de 1932 ou Guerra Paulista. Estes são os nomes atribuídos a um movimento armado que aconteceu em São Paulo, em 1932, entre os meses de julho e outubro. Os rebelados de 1932 queriam derrubar o Governo Provisório de Getúlio Vargas e escolher uma nova constituição para o Brasil.
O movimento foi uma resposta de São Paulo à Revolução de 1930, liderada por Vargas, que pusera fim à autonomia política que os estados da Federação brasileira tinham assegurado a partir da primeira Constituição Republicana, a de 1891. Atualmente, o dia 9 de julho, que marca o início da Revolução de 1932, é a data cívica mais importante do estado de São Paulo.
Causas da Revolução de 1932
A Revolução de 1930 depôs o presidente Washington Luís (1869-1947) e impediu a posse do paulista Júlio Prestes (1882-1946), levando Getúlio Vargas ao poder.
Embora tivessem perdido sua hegemonia política, os paulistas apoiaram Vargas com a esperança de que ele convocasse eleições para a Constituinte e para presidente.
No entanto, o tempo passava e isso não acontecia. Desta maneira, uma forte oposição ao governo Vargas foi iniciada pelos fazendeiros paulistas.
Além disso, houve também grande participação de estudantes universitários, comerciantes e profissionais liberais, que exigiam convocação de eleições.
Assim, no dia 23 de maio de 1932, aconteceu um ato político a favor de eleições, no centro de São Paulo. A polícia reprime um grupo de manifestantes e causa a morte de quatro estudantes: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo.
O fato revolta a sociedade paulista e as iniciais dos jovens – M.M.D.C. – tornam-se um dos símbolos do movimento.
Resumo da Revolução Constitucionalista de 1932
Para muitos historiadores, o termo “revolução” para o movimento constitucionalista de 1932 não é o mais adequado. Isso porque foi um movimento planejado pelas elites, cabendo melhor o termo “revolta” para descrevê-lo.
A revolta, que ocorreu no estado de São Paulo contra o governo de Getúlio Vargas, foi uma resposta paulista à Revolução de 1930, a qual acabou com a autonomia dos estados garantidas pela Constituição de 1891.
Os insurgentes exigiam do Governo Provisório a elaboração de uma nova Constituição e a convocação de eleições para presidente.
O movimento tem suas origens no ano anterior. Já em abril de 1931, o Partido Libertador gaúcho manifestará sua solidariedade ao Partido Democrático de São Paulo, por seu rompimento com o interventor federal no Estado de São Paulo, João Alberto Lins de Barros. Pela voz de Batista Luzardo, os gaúchos afirmavam sua coesão com os paulistas. Ainda em 1931, cresce no Exército a preocupação de que a presença de tenentes nas interventorias poderia subverter a hierarquia militar. A partir desse argumento, o general Isidoro Dias Lopes inicia sondagens com vistas à derrubada do governo provisório. No Rio de Janeiro, ele alicia, entre outros, os tenentes Severo Fournier e Agildo Barata, bem como o Coronel Euclides Figueiredo. Em São Paulo, Dias Lopes contava com o apoio de ampla camada da oficialidade. E, no Mato Grosso, sensibiliza o comandante da região militar desse Estado, general Bertoldo Klinger.
Ante esse quadro, fixou-se a data da revolução para o dia 14 de julho, aniversário da Queda da Bastilha. Fatos novos, porém, mudaram esse cenário: descontente com a nomeação para o Ministério do Exercito de Augusto Inácio do Espírito Santo Cardoso, um general reformado, Bertoldo Klinger escreve-lhe uma carta em tom duro. Em consequência, é destituído e passado para a reserva, o que elimina a possibilidade da participação de Mato Grosso no levante. Diante desse imprevisto, o Coronel Figueiredo viaja às pressas, do Rio para São Paulo, na noite de 8 de julho. E, na manhã seguinte, decide juntamente com alguns lideres políticos, entre os quais Júlio de Mesquita Filho, deflagrar a insurreição na noite desse mesmo dia…”
Leia a matérias de julho de 1932 sobre o desenrolar dos fatos: