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Histórico

Conheça o Caso do passo Longo contado por Dr. Odilon Nogueira

Acervo Paulo James

Hoje vou narrar mais uma mais um caso de Policia. O ocorrido foi contado pelo próprio Dr. Odilon que exerceu o cargo de delegado de policia nessa terra que Deus fez e rasgou o mapa para ninguém copiar. Dr. Odilon é uma das pessoas mais integra que conheci aqui na terrinha. Odilon era neto do Coronel Antonio Nogueira e sempre foi um jovem muito elegante, que marcava presença na seleta sociedade paraguaçuense; muito culto, era amigo da leitura, e não perdia os filmes exibidos no Carlos Gomes; curtia uma boa música, e apreciava o tango do argentino Carlos Gardel. Cursou faculdade em Bauru e se tornou bacharel em direito e ciências Sociais no ano de 1957.

O caso do Passo Longo

Doutor Odilon sempre foi um delegado de diálogo, mas quando se tratava de bandidagem, a tolerância era zero; ele era conhecido nos meios policiais como um delegado durão, de estopim curto, mas com um coração de manteiga. Ele conta que quando assumiu a delegacia de Paraguaçu, no ano de 1968, foi alertado a respeito de um malandro que tinha o apelido de Passo Longo; era um marginal que se envolvia em pequenos delitos, mas muito enjoado e dava muito trabalho para a polícia. Já na primeira semana de serviço na terrinha os PM grampearam o Passo Longo e o levaram à presença do delega: quando chegou à sala, a malandragem viu que havia um delegado novo na área e começou a crescer em cima dele, cheio de ginga e gracejos; foi o suficiente para tirar do sério o jovem delegado que, para mostrar ao meliante que ali era cada um no seu quadrado, lhe deu uns SAPECA-AI-AI-AI no malandro; mas, segundo ele conta, não sabe se aplicou um pouco mais a força ou se a camisa do meliante estava podre, a verdade é que o colarinho da camisa se despregou na mão do doutor. Passo Longo ficou detido o resto da tarde; passado um tempo, já de cabeça fresca, o Dr. Odilon sentado em sua escrivaninha sempre que levantava a vista via o ‘vacilão’ cabisbaixo no banco e com a camisa desfalcada do colarinho. Ele batucando a caneta na mesa começou a refletir “será que não exagerei na dose com o pobre coitado; eu rasguei a camisa dele e isso não é justo”. E, com a consciência pesando, pediu para um funcionário ir até à sua casa buscar uma camisa em seu guarda-roupa. Era uma camisa semi-nova e tinha o bolso bordado “Dr. Odilon Delegado de Polícia”. Ele deu a camisa para o Passo Longo vestir. Depois de algumas semanas, o Malandro vestido com a camisa do doutor, encontrou um policial militar a paisano no bar e disse: “Olha aqui ô policinha, esse delegado novo, que chegou a Paraguaçu com panca de valentão, se meteu a besta comigo e rasgou a minha camisa lá na delegacia; mas, mostrei a ele quem era o Passo Longo e quem manda aqui na jurisdição eu o fiz ir num pé e voltar no outro até à sua casa buscar esta camisa para eu vestir”. O malandro batia no peito diante dos frequentadores do boteco e falava em alto e bom som, para todos no bar ouvirem: “comigo é assim, escreveu num leu, o pau comeu”. rsssssss

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Paulo James

Jornalista 77.825/SP. Escreveu nos dois principais jornais de Paraguaçu; Folha da Estância e Jornal A Semana, colaborou com o jornal Batalha Regional, pesquisador da historia de Paraguaçu Paulista.

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